Daqui a 42 dias, milhares jogadores vão pagar o buy-in de US$ 10.000 do Main Event da WSOP na tentativa de repetir o feito de Martin Jacobson. Em 2014, o profissional passou por cima de 6.682 adversários para faturar o bracelete de diamantes e um prêmio de US$ 10.000.000.
A consagração do sueco aconteceu no extinto November Nine, quando ele deixou a penúltima colocação para subir ao topo do pódio. As jogadas de Jacobson nos três dias da decisão foram elogiadas por profissionais de todo o mundo, mas nem sempre as suas atuações no Main Event ganharam aplausos. Em sua estreia no campeonato, ele derramou um stack de centenas de big blinds em apenas 10 minutos. Ao jornalista Julio Rodriguez, da Card Player, o campeão mundial contou como foi a sua meteórica participação no torneio.
“Eu fui o primeiro competidor a ser eliminado na temporada de 2008. Cai na terceira jogada depois de me envolver em um cooler de full contra full. Eu definitivamente interpretei mal a força da minha mão. Eu não precisava ter me comprometido com o pote, mas eu me lembro de ter olhado para as minhas últimas fichas, que eram cerca de 40 bbs, e ter pensado: ‘eu tenho que pagar’. Foi um bom aprendizado”, explicou Jacobson.
Jogar o Main Event sempre foi o grande sonho de Jacobson, mas ele revelou que relutou bastante antes de viajar até Las Vegas.
“Eu consegui me classificar para o Main Event, que começaria poucos dias após o meu aniversário de 21 anos. À época, você tinha a opção de ficar com o dinheiro ou viajar para jogar. O valor do pacote era US$ 12.000, uma quantia significativa pra mim. Eu perguntei à minha mãe o que eu deveria fazer e ela me disse: ‘claro que você vai jogar’. Com o apoio dela, a minha decisão ficou muito mais fácil. Eu sabia que era isso que eu queria”.
Nas temporadas seguintes, Jacobon passou a empilhar resultados expressivos nos torneios mais técnicos do mundo. Nos feltros do EPT, ele fez quatro FTs do Main Event, sendo que duas vezes ele parou no heads-up. Segundo o sueco, a última trave foi a mais dolorida de todas.
“Eu não vou mentir. Eu ficava mais frustrado a cada eliminação nas mesas finais. Na primeira vez, eu cai em terceiro e me senti no céu. Nem me irritei. Já na segunda decisão eu me senti feliz só por ser um dos finalistas, porém a partir desse dia eu passei a me aborrecer por ir tão longe e não soltar o grito de campeão. Eu não estava em busca de fama ou algo parecido. Eu só queria saber como era vencer um campeonato ao vivo. Eu já havia cravado vários na internet, mas eu gostaria de ter aquele mesmo sentimento jogando no live”.
