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“Pressão do dinheiro eu tinha em 2010 quando precisava comprar um pacote de biscoito para minha filha”, diz Henry Fischer

Jogador chegou ao 1% final do field e ganhou mais de 145 mil dólares


 

13/07/2022 17:55
“Pressão do dinheiro eu tinha em 2010 quando precisava comprar um pacote de biscoito para minha filha”, diz Henry Fischer/CardPlayer.com.br
Henry Fischer forrou pesado no Main Event da WSOP (fotos: Marcelo Souza)


Destaque do país no Main Event da WSOP 2022, Henry Fischer conversou com a Card Player Brasil logo após terminar o campeonato na 55ª colocação. Regular dos cash games, ele mora nos Estados Unidos há alguns anos. No bate-papo com o jornalista Marcelo Souza, o gaúcho citou um favorito para ganhar o torneio, falou sobre quando jogou um torneio com uma tatuagem igual a do Mike Tyson no rosto e que já passou dificuldades antes de se dar bem no poker. Confira:


Marcelo Souza: Henry, o Brasil ainda não te conhece tão bem. Você poderia se apresentar?

Henry Fischer: Eu jogo poker desde 2009. Sou de Porto Alegre e comecei a jogar profissionalmente em 2010. Sou grinder de cash games e estou morando nos Estados Unidos há quatro anos, jogando principalmente em Los Angeles. Antes eu ficava indo e voltando. Passava seis meses aqui e depois um tempo no Brasil. Só um torneio como esses para me tirar da minha rotina de cash games.


MS: Os dias vão passando e as premiações vão dando saltos incríveis. A pressão do dinheiro é grande?

HF: Cara, eu tinha colocado na minha cabeça que depois de um valor, eu não ia me segurar mais, iria soltar o braço para tentar ganhar. Mas pressão, eu não senti nenhuma. Eu  jogo poker todos os dias há mais de um década. Pressão eu enfrentava há 10 anos, quando eu não tinha dinheiro e precisava blefar meu bankroll, correndo riscos de não ter dinheiro para comprar um biscoito para a minha filha no outro dia. Aqui não tem pressão, é só dinheiro entrando, então é só felicidade. Hoje, o armário dela está cheio de Trakinas. Então, está tudo bem (risos). 


MS: Um resultado desses no Main Event dá vontade de jogar mais torneios ou você continua focado no cash?

HF: Meu foco é o cash. Torneios só se forem muito interessantes, com buy-ins legais e premiações grandes. Mas meu foco total é no cash, que domino completamente e de onde vem meu ganha-pão. Mas ano que vem, para o Main Event, estarei aqui novamente.


MS: Você estava conversando no intervalo com o Brian Kim, que é o chip leader no momento. Qual sua relação com ele?

HF: Já joguei com ele e a gente se conhece bem. Quando eu cheguei aqui, nos Estados Unidos, ele era provavelmente um dos três melhores jogadores de high stakes cash games de Los Angeles. Ele é muito bom. Muito completo. Ele não erra, vai chegar com certeza e vai incomodar demais, porque o cara é f***. Se eu tivesse conseguido runnar bem e ter feito ficha como ele, acho que eu também daria trabalho para a turma nessa reta final. [Nota: Brian Kim passou para o Dia 7 com o segundo maior stack, 113 bbs]


MS: Falando em “runnar”. O Dia 6 foi complicado?

HF: Eu estou muito acostumado a desenvolver o jogo pós-flop. Com a blind subindo, card dead e o stack derretendo, isso não foi possível hoje. No final consegui encontrar até uma situação boa para dobrar, mas o baralho não ajudou. Entretanto, eu só tenho alegria e gratidão por tudo.


MS: O Carlos Difini, de Porto Alegre, mandou uma foto de vocês em Las Vegas, em 2016, e você com uma tatuagem do Mike Tyson no rosto. Como foi essa história?

HF: Foi um torneio que vim jogar, acho que o Marathon. Nós vimos um cara na Old Vegas, com a tatuagem igual do Mike Tyson no rosto. E outro amigo nosso, o Marcos Exterkotter, falou: “Cara, você ficaria muito bem com essa tatuagem aí”. Então eu perguntei quanto ele pagaria para eu jogar o torneio com aquilo. Eu não lembro o valor direito, mas ele pagou e eu fiz. Eu fiquei com muita cara de mau, mas hoje estou aqui com essa carinha de bonzinho, pai de família, com óculos e tudo. Não assusto mais ninguém (risos).


MS: Algum recado final?

HF: Só agradecer ao pessoal do Brasil. Recebi muitas mensagens. Fica ruim falar nomes porque vou acabar esquecendo alguns. Eu acho que hoje ganhei algo mais importante que os US$ 10.000.000. A minha filha torcendo o tempo todo, dizendo o quanto sente orgulho de mim. Isso é impagável. Quero só agradecer a todos. Quem é importante sabe o quanto e sabe quem é. A energia foi surreal. 




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