Seis meses após conquistar a tríplice coroa dos MTTs ao vivo, o norte-americano Harrison Gimbel anunciou a sua aposentadoria do poker. Em dez anos de carreira, ele acumulou mais de US$ 7,5 milhões em prêmios. Na última edição da WSOP, ao cravar o Evento 68: US$ 3.000 NL Hold’em, Gimbel se tornou apenas o sétimo jogador a ter títulos na série e nos feltros do EPT e do WPT.
Em sua conta no Twitter, o profissional contou que conheceu o poker na adolescência, quando Chris Moneymaker chocou o mundo no Main Event da WSOP 2003. Com apenas 16 anos, ele já conseguia ser lucrativo no esporte da mente. Logo após a sua formatura no ensino médio, Gimbel venceu um grande torneio na Flórida. Pela vitória, ele embolsou quase 70 mil dólares.
“Me ofereceram retirar o prêmio em cheque ou dinheiro. Eu ingenuamente aceitei o dinheiro. Cheguei em casa com uma pilha de US$ 50 mil, mais US$ 10 mil em fichas e o restante em uma sacola. Minha mãe perguntou onde eu estava e eu mostrei a ela a sacola com US$ 7.800. Ela ficou tão feliz por mim, foi um momento incrível. Assim que a euforia passou, eu dei a ela as fichas com US$ 10.000, e ela não conseguia acreditar. Você pode imaginar a reação da minha mãe quando ela viu a pilha com US$ 50 mil. Esse foi um dos meus momentos favoritos no poker”
Depois de uma breve estadia na Universidade do Alabama, Gimbel viajou pelo Caribe em busca de grandes torneios de poker. Nas Bahamas, ele bateu um field de 1.528 oponentes para receber US$ 2.200.000 no Main Evento do PCA.
“Naquela época, o Main Event do PCA era o segundo torneio mais importante do mundo. Como eu não podia jogar em Las Vegas, eu fui às Bahamas. Ninguém me conhecia por lá, mas da noite para o dia eles passaram a saber quem era Harrison Gimbel. Mesmo sem participar da WSOP, eu terminei aquela temporada em sexto lugar no ranking da Card Player”.
O início arrasador não livrou Gimbel de sofrer com os altos e baixos em sua carreira. Depois da Black Friday, ele decidiu seguir os circuitos ao vivo, porém sem estudar o jogo como deveria. Após três anos acumulando dividas com seus investidores, Gimbel modificou o seu estilo de vida.
“Eu percebi que eu deveria mudar. Além de adotar uma alimentação saudável, eu passei a estudar em sites de treinamento e a discutir mãos com os meus amigos. Pouco tempo depois veio a cravada no WPT Rolling Thunder. Do prêmio de US$ 275 mil, eu fiquei só com US$ 20.000. O restante foi para os meus investidores”.
O ano de 2017 foi ainda melhor para Gimbel. Nos MTTs online, onde não possuía nenhuma premiação de seis dígitos, ele fez um acordo no acordo no Main Event High do SCOOP para faturar US$ 1.122.873. Em visita por Las Vegas, Gimbel acabou conquistando o seu primeiro bracelete de ouro na reta final da WSOP.
“Apesar de 2017 ter sido o melhor ano da minha carreira, eu não me sentia feliz. A quantidade de tempo gasto com as viagens me desgastou física e emocionalmente. Eu sabia que deveria me aposentar quando o poker parasse de ser divertido e é isso que está acontecendo agora. Agraço a todos pelo apoio nos últimos dez anos. Eu sei que qualquer coisa que eu fizer depois do poker eu serei bem-sucedido”.
