Apesar de ser o recordista de títulos na WSOP há 13 anos, Phil Hellmuth não escapa das críticas dos profissionais mais jovens. Para muitos destes jogadores, o veterano parou no tempo, por isso se aventura tão pouco contra os regulares dos high rollers.
Por muitos anos, Phil Galfond também pensou assim. Em seu Twitter, o craque chegou a revelar que não se lembra de ter questionado o jogo do seu compatriota publicamente, mas que em conversas privadas já fez isso. Para o rei do PL Omaha, Hellmuth conseguiu mudar a sua opinião recentemente, quando obteve grandes atuações no High Stakes Duel, um desafio de Heads-Up NL Hold’em contra Antonio Esfandiari.
“Após assistir as duas partidas, a minha percepção do jogo do Phil mudou drasticamente (e para melhor). O que eu vi não foi um domínio técnico da modalidade. Foi uma estranha habilidade de entender e de se adaptar a cada situação em que ele se encontrava. Especialmente no segundo confronto, a leitura de Phil em cada mão foi incrível. Ele escolheu estratégias que, embora pouco ortodoxas, capitalizaram de forma inteligente as suas leituras. Tudo isso foi mais impressionante por ter sido contra o Esfandiari, um jogador que entrega pelo menos 20 tells a menos do que eu à mesa”.
Antes de acompanhar as partidas, Galfond considerava Hellmuth o azarão. Segundo o tricampeão da WSOP, o estilo mais conservador do veterano não casaria bem com o jogo de Esfandiari, um competidor bastante agressivo e com muita experiência nos cash games.
“Nos heads-ups é onde as técnicas dos jogadores realmente brilham. Não há onde se esconder. Na minha percepção do Phil como profissional, essa sua performance foi, de longe, o feito mais impactante da sua ilustra carreira. Eu quero pedir desculpas ao Phil por ter demorado tanto tempo para me dar conta do quão talentoso ele é. Ele pode realizar os folds mais ridículos a partir de agora que eu ainda vou respeitar o seu jogo. Eu apenas me dei conta que eu testemunhei grandeza, e que o Phil sabe alguma coisa que eu não faço ideia”.
A visão otimista de Galfond sobre Hellmuth não encontrou muito apoio. Em pouco tempo, vários profissionais se manifestaram dizendo que não viram nada de mais no jogo do Poker Brat. Lenda dos heads-up, Busquet chegou a afirmar que Galfond estava sofrendo da Síndrome de Estocolmo.
“Facilmente uma das coisas mais tolas que eu já li de alguém que eu respeito. Além de não entender algumas coisas, está totalmente errado em outras. E ainda fez um pedido formal de desculpas ao jogador mais egocêntrico, detestável e desrespeitoso na indústria. É como ter Síndrome de Estocolmo”.
Já Fedor Holz declarou que sempre se divertiu quando esteve frente a frente com Hellmuth.
“Ele desperdiçou US$ 300 mil quando vi ele jogar, então não compartilho do seu ponto de vista. Eu acho que ele é, indiscutivelmente, um jogador perdedor contra os fields técnicos. Ele tem um estilo que explora seus oponentes conservadores que ainda têm a tendência de usar estratégias ultrapassadas. Acho divertido jogar contra ele”.
