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Gavin Griffin relembra primeiro encontro com Mike Sexton

Profissional prestou uma bela homenagem ao falecido integrante do Hall da Fama do Poker em sua coluna na Card Player


 

15/10/2020 15:05
Gavin Griffin relembra primeiro encontro com Mike Sexton/CardPlayer.com.br
Gavin Griffin (esq.) e Mike Sexton estão no seleto grupo de ex-campeões do WPT


Eu me recordo de participar do Party Poker Million Cruise, em 2005. Acredite ou não, em cada cabine era exibido um documentário sobre o Mike. O filme mostrava o período em que ele foi ginasta na universidade de Ohio State e paraquedista no exército. A qualquer hora, dia ou noite, você podia ver o Mike pendurado nas argolas ou fazendo um tour em sua bela casa. Foi o meu primeiro vislumbre de como era a sua vida depois de vê-lo na WSOP e em algumas transmissões do WPT.


A primeira vez que eu interagi com ele foi em uma etapa do Professional Poker Tour. O PPT foi um festival de eventos ao vivo criada pelo WPT que exigia que você se classificasse para os torneios. Eu era um dos jogadores mais jovens no field, e muitos dos meus oponentes já tinham feito seu nome no jogo. Eu estava um pouco deslocado, apesar de já ter conquistas significativas no poker.


Eu rodava pelo salão antes do início do torneio quando me deparei com uma conversa. Huck Seed negociava os termos de um heads-up contra Erik Seidel, com Mike se divertindo no papel de mediador. Annie Duke apareceu e perguntou o que estava acontecendo. 


Huck disse: “Eu estou tentando fechar uma partida com o Erik em que se eu ganhar, ele me deve US$ 50.000. Já se eu perder, eu vou ter que cortar um pé. Annie logo disse que queria participar, e sem hesitar, Huck respondeu: “tudo bem, eu vou oferecer a você a odds de 2:1”. Todos nós começamos a rir e o Mike emendou algumas histórias de apostas do seu tempo, mantendo todos nós entretidos até o shuffle up and deal.


O meu começo no WPT foi ruim. Eu não consegui ficar ITM em nenhum dos meus primeiros 17 eventos. Quando passei pelo estouro da bolha, eu cai na 20ª posição do The Bike. Antes de o dia começar, Mike veio até a mim e falou que estava ansioso para me ver ir longe nesses eventos, e que ainda torcia para que eu fizesse FT. Eu tenho certeza que isso é algo que ele contava a todos, mas havia tanta sinceridade no Mike que você sentia que ele dizia aquilo especialmente a você.


Alguns meses após esse campeonato, eu me dei muito bem no Borgata Winter Open e acabei conquistando US$ 1,4 milhão pela cravada. Assim que o torneio acabou, a me orientou a ficar no salão para entrevistas e fotos. Em uma dessas fotos, eu estaria ao lado de Mike e do narrador Vince Van Patten. Eu fiquei doente nos últimos dias do evento, mas eu ainda tinha muita energia para sorrir nessas fotos.


Vince foi um ator profissional e um grande apresentador, então ele poderia sorrir para as fotos por dias. Mike, por sua vez, foi um jogador acostumado a esconder suas emoções. Ele era uma pessoa tão genuína que, provavelmente, seria impossível para ele mostrar um sorriso falso e isso parecer algo bom. Assim que os cliques começaram, eu escuto alguém fazendo barulho com seus lábios.

No início, eu não fazia ideia de quem poderia ser, porém eu não demorei a me dar conta que era o Mike fazendo isso para que ele pudesse sorrir de forma genuína por alguns minutos. Ele era um cara tão atencioso, por isso não queria que nenhum dos campeões achassem que foram enganados com um sorriso falso em um momento tão marcante.


Até hoje, sempre que eu e a minha esposa precisamos posar para fotos por mais tempo, a gente repete o gesto do Mike. Isso nos leva a gargalhadas. 


Apesar de não ter sido muito íntimo do Mike, eu tenho três ou quatro boas histórias sobre ele. Essa última mostra como o Mike foi tão importante para o mundo do poker. Ele podia fazer você se sentir seu amigo em poucos minutos, horas ou dias enquanto jogavam poker juntos.



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