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Estratégia – Matt Hawrilenko


 

25/09/2009 00:00
Estratégia – Matt Hawrilenko/CardPlayer.com.br


Matt “Hoss_TBF” Hawrilenko é conhecido como um dos mais habilidosos jogadores de hold’em do mundo. Apesar de raramente viajar para torneios fora a World Series of Poker, ele já conta com mais de $1.6 milhãos em ganhos na carreira, e conquistou seu primeiro bracelete neste ano, no evento short-handed no-limit hold’em de $5.000 da WSOP. Hawrilenko costuma jogar cash games high stakes online, e discute a seguir uma mão de limit hold’em que jogou recentemente.


O Jogo:

Stakes: $500-$1.000
Jogo: Limit hold’em
Mesa: Mixed Games Heads-Up

Participantes:

Assento 1: Matt Hawrilenko ($25.224,50) – Big blind $500
Assento 2: Vilão ($15.749) – Small blind $250

Review da Mão

Ação Pré-Flop: Vilão dá raise para $1.000, e Matt Hawrilenko paga com 74. O pote é de $2.000.

Matt Hawrilenko: A primeira coisa a se notar é que essa é uma mesa de mixed games, o que quer dizer que meu oponente pode não ser um especialista em limit hold’em heads-up, então estou buscando situações onde ele pareça vulnerável. Essas circunstâncias são comuns, aliás, tanto para o small quanto para o big blind, e esse é o motivo de eu achar essa mão tão interessante.


Ação no Flop: O flop bate 655. Hawrilenko pede mesa, e o Vilão aposta $500. Hawrilenko aumenta para $1.000, e o Vilão dá call. O pote é de $4.000.

MH: Um flop como esse dá a jogadores em minha situação muita oportunidade de cometer erros, porque quando eles dão apenas call pré-flop e vem um par no flop, é menos provável que eles tenham conseguido um par, então os check-raises pelo valor costumam ser menores, e a mão se torna mais interessante. Isso acontece porque a maioria dos big blinds daria 3bet no pré-flop com qualquer par e muitas mãos com ás como carta mais alta, então quando um par flopa, há menos mãos que podem ter acertado o par, enquanto, em um flop de 6-5-5, há muitas quedas para straight, straight na última carta e flush com combinação de overcards, etc.; se você não tiver cuidado, sua distribuição pode pesar demais para quedas. De qualquer forma, nessa mão flopei uma queda com duas pontas, e decidi dar check-raise nela. Bem padrão.


Ação no Turn: O turn é um 2. O bordo agora é 6552. Hawrilenko aposta $1.000, e o Vilão paga. O pote agora é $6.000.

MH: O turn agora traz uma segunda carta de espadas, e uma terceira carta para o straight, o que significa que muitos oponentes pagarão frequentemente com uma overcard, além de mãos com queda para gaveta (mãos como J-4, Q-4).


Ação no River: O river é um J. O bordo agora é 6552J. Hawrilenko aposta $1.000, o Vilão aumenta para $2.000. Hawrilenko dá reraise para $3.000, e o Vilão dá fold. Hawrilenko ganha o pote de $9.999,50 (depois do rake).

MH: No river, estou no fundo de minha distribuição, então dou um blefe – novamente, bem padrão – e meu oponente dá raise. Para a maioria dos oponentes, a pior mão com a qual eles dariam raise pelo valor aqui é par de valetes, então as opções são:

1.Ele pode estar dando aposta pelo valor com um valete, provavelmente J-4 ou Q-J+.

2.Ele pode estar fazendo slowplay com um 5.

3.Ele pode ter uma queda para straight que não bateu, ou uma queda para flushque não bateu; ou então overcards com as quais ele se forçou a pagar no turn, para poder blefar no river.

No cenário número 1, se eu blefar uma 3bet, serei pago, mas há alguns jogadores que são muito bons em ler mãos, e eu não poderia me imaginar dando 3bet com nada que não fosse um 5 aqui. Em geral, isso é tão pouco provável que eu nem tentaria pensar nessa probabilidade, ou fazer qualquer tipo de cálculo. O cenário número 2 é improvável. Jogadores com trincas costumam (de forma correta) tentar dar ao oponente a chance de apostar com mãos como 8-7 no turn e conseguir quatro apostas, então eles geralmente dão raise no turn com trincas. Eles também querem ter certeza que não lhe deram oportunidade de desistir com qualquer semiblefe no river sem ter pagado o máximo.

Levando tudo isso em consideração, diria que a distribuição de meu oponente está polarizada entre os cenários 1 e 3, e com o tamanho do pote, na teoria do jogo, 90% de seus raises devem ser pelo valor, e 10% devem ser blefes. Isso quer dizer que estou jogando de forma quase otimizada, e as porcentagens dele estão erradas – ele está me dando muito dinheiro a longo prazo. Dito isso, nessa situação em particular, sairei da jogada otimizada para explorá-lo. Mesmo lhe dando uma distribuição de raise pelo valor maior do que a que acho que ele tem, ele tem apenas 50-60 combinações que dariam raise pelo valor, e nesse momento, acho que ele está blefando com cinco ou seis combinações de quedas que não bateram. Para explorá-lo, as mãos sem valor com as quais eu deveria estar dando reraise são aquelas que têm mais EV (expected value) no blefe, as mãos do fundo de minha distribuição, que são 7-3, 7-4, e 8-4.

Também há um metagame para considerar aqui. Já que é uma mesa de mixed games e meu oponente pode estar desconfortável com heads-up limit hold’em, se eu me encontrar com uma 3bet no river, isso pode ter efeitos positivos. Meu oponente pode começar a dar raises pelo valor menores nos turns e rivers em bordos com texturas diferentes, como o jogador de no-limit que vê você dar 3bet light, depois utiliza mal a informação, jogando a mão com uma força desproporcional contra sua 5bet. O fato é, assim como dar 5bet no raiser de UTG em no-limit é uma situação completamente diferente de dar 3bet do button, um blefe 3bet em um river de textura especifica é completamente diferente de dar 3bet ou 4bet no turn, mas as pessoas ainda deixam essa informação de uma situação confundi-las e trazer problemas em outras situações.


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