O Círculo dos Campeões da CardPlayer se dedica a entrevistar os vencedores dos maiores torneios de poker.
A seguir, a entrevista feita com Alexandre Gomes após a mesa final da Bellagio Cup V:
Card Player: Você teve uma multidão torcendo por você a noite inteira. Isso ajuda? Dá confiança?
Alexandre Gomes: Sim, com certeza. Confiança é uma das coisas mais importantes no poker; quando você confia em seu jogo, as coisas são mais fáceis. Eles sempre me apoiaram, conversamos nos breaks, e eu tenho muitos bons amigos. Minha esposa está aqui comigo. Não falamos muito sobre poker, mas ela sempre está ao meu lado, me mantendo calmo e confiante. Outros amigos meus que jogam poker, nós conversamos sobre estratégia. Isso é muito bom. Agradeço a Deus por eles.
CP: Como a adição de um título do WPT ao bracelete dourado da World Series of Poker influencia o crescimento do poker na América Latina?
AG: Acho que será um boom na América Latina. Nos últimos dois anos, pudemos ver o quanto o esporte cresceu com esses grandes torneios que temos tido. Espero ver mais jogadores nossos indo para Vegas, para os eventos do WPT, e os maiores torneios do mundo.
CP: Como foi entrar nessa mesa final com uma coleção de jogadores profissionais e jogar poker deep-stack?
AG: Os torneios do WPT no Bellagio com certeza têm a melhor estrutura. É um torneio muito técnico; você tem que ter muita paciência. Quando cheguei na mesa final, eu era o sexto em fichas, mas não estava preocupado porque sabia que tinha tempo. Estava calmo, confiante, e esperando o momento certo para agir.
CP: Você trocou a liderança em fichas com Faraz Jaka consistentemente nos estágios avançados dessa mesa final. Suas emoções lhe traíram nessas viradas, ou você foi capaz de usar a energia que vinha de seus amigos para superar isso?
AG: Na verdade, fiquei bem agitado depois das mãos, e nos momentos em que ia all-in pré-flop, mas quando estou no feltro, tento me manter focado no jogo, e na reação dos outros jogadores. Faraz foi o líder em fichas por dois dias nesse evento, e ele tinha um stack enorme na mesa final, então eu me foquei nele.
CP: A última parte da mesa final foi lenta. Isso influenciou seu jogo como short-stack, ou você estava cuidadoso com Erik Seidel durante esse período?
AG: Tenho muito respeito pelo jogo de Seidel, e toda o histórico de vitórias que ele tem, mas quando estamos no feltro, jogo contra ele como jogaria contra qualquer um. Sempre estou preparado para tudo, e jogo para dar tudo de mim em qualquer momento da mesa final, não importa quem seja meu oponente.
AG: Voltarei para casa essa semana, e ficarei no Brasil por um mês para descansar. Depois, irei para a Europa para jogar a World Series of Poker em Londres, assim como alguns eventos do EPT, mas até lá, preciso de sossego.