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Chris “Jesus” Ferguson – Linha de Raciocínio


 

16/07/2009 00:00
Chris “Jesus” Ferguson – Linha de Raciocínio/CardPlayer.com.br


Chris “Jesus” Ferguson é um sucesso na World Series of Poker desde que começou a jogar, há mais de uma década atrás. Ainda assim, devido ao boicote auto-imposto, o vencedor de cinco braceletes ainda não jogou no palco mais famoso do World Poker Tour.
Embora ele tenha chegado no dia com a liderança em fichas, algumas mãos ruins e uma bad beat ou duas depois, seu stack estava a perigo.
Então, perto da bolha da mesa final, uma mão o fez dobrar, colocando-o um passo mais perto do título do WPT.


Evento: L.A. Poker Classic, Main Event
Blinds/Antes: 12.000-24.000/4.000
Jogadores: Binh Nguyen (1.913.000 fichas), Chris Ferguson (876.000 fichas)
Mão: Binh Nguyen (?), Chris Ferguson: K9


A Mão
Chris Ferguson completou do small blind para 24.000 e Binh Nguyen pediu mesa do big blind. Flop: Q52. Ferguson pediu mesa, Nguyen apostou 35.000 e Ferguson pagou.
O turn foi um 6, e Ferguson pediu mesa novamente. Nguyen apostou 90.000 e Ferguson pagou. River: Q e Ferguson deu check. Nguyen apostou 150.000 e Ferguson foi all-in por 715.000.
Depois de um minuto pensando, Nguyen deu call e viu o flush runner-runner de Ferguson.
Ao final dessa mão, Ferguson voltou a 1.760.000 fichas, e Nguyen desceu para 1.045.000.


A Entrevista
Julio Rodriguez: Primeiro de tudo, como a estrutura desse torneio afetou suas tomadas de decisão?
Chris Ferguson: Sempre fui paciente. Paciência é uma virtude. A estrutura era ótima para esse tipo de jogo. Você não é forçado a fazer uma jogada, e se quebrar, é porque está se esforçando demais para colocar suas fichas no pote. Se você consegue evitar a tentação de jogar mãos demais, nunca vai ser forçado a jogar com uma mão ruim.
JR: Quando você pagou a aposta no flop, você estava apenas dando float para levar o pote depois, ou achou que tinha a melhor mão?
CF: Bem, ele fez uma aposta realmente pequena no flop. Eu não estava pensando em dar steal no turn. Meu rei poderia ser bom naquele momento, sabe, ele podia não ter nada. Se eu estivesse errado e ele tivesse a dama, então eu tenho uma queda para flush na última carta e a overcard. Meu nove também me ajuda, dependendo da força da mão dele. Não estou dizendo que tinha certeza alguma, mas a aposta foi tão pequena que é difícil dar fold em qualquer mão razoável.
JR: Há alguma mão que você aconselha dar fold nessa situação?
CF: Claro. Se eu não tivesse a overcard, provavelmente não teria pago nem essa aposta pequena. Por exemplo, 8-9 é o tipo de mão que eu foldaria de forma confortável.
JR: Com alguns jogadores, apostas pequenas podem significar força. Chegou a passar pela sua cabeça que ele tinha uma boa mão?
CF: Esse poderia ser o caso, mas você não pode sempre presumir isso. Não dá para suspeitar da força da mão de todo oponente que fizer uma aposta pequena contra você. Da mesma forma, ao se pode presumir fraqueza sempre que alguém apostar alto contra você. Terá muitos problemas se padronizar sua tomada de decisão desse jeito. Certo, eu poderia estar batendo de frente com uma mão monstro, mas vou pagar com frequência quando ele aposta pouco assim. É por isso que só vou em frente com outs para mãos melhores.
JR: Essa foi sua linha de raciocínio no turn?
CF: Pedi mesa no turn quando consegui a queda para flush. Ele fez outra aposta pequena e eu paguei. Pensei em dar raise nele ali, mas não gostei dos possíveis resultados. Se eu desse raise, ele poderia ir all-in, e aí, o que eu faria. Estaria ferrado e não conseguiria ver o river, principalmente com um stack do tamanho que eu tinha.
Então a carta de paus apareceu no river e eu pensei, “Ele não faz idéia de que eu tenho uma queda para flush”. Ao pedir mesa, eu lhe dei duas possíveis razões para apostar. Primeira, se ele não tem nada, minha aposta não seria lucrativa, já que ele poderia dar fold em quaisquer cartas que estava segurando. Se eu pedisse mesa, ele poderia blefar com nada, e eu poderia pelo menos dar uma bet ai. Segunda, o river deu um par à dama, então, se ele tinha uma trinca, eu poderia dar check-raise all-in e ser pago por muitas mãos que posso derrotar. Eu achei que seria muito difícil para ele largar a mão quando eu fosse all-in.
JR: Você sequer se preocupou que ele tivesse um full-house no river?
CF: Um pouco. Mas não fiquei paranóico com isso. Não se pode ficar. Não dá pra simplesmente acertar a mão, e depois conseguir o mínimo por ela porque não é o nuts. Estava preparado para quebrar se ele tivesse uma mão melhor. Mas meu flush venceu, e eu dobrei.


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