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Card Player entrevista o fenômeno do online "Kagome Kagome"

Considerado por Phil Ivey o melhor jogador de limit hold’em do mundo, o alemão conversou com o repórter Brian Pempus sobre sua ascensão nas mesas nosebleed.


 

21/01/2011 16:04
Card Player entrevista o fenômeno do online


Apesar de ainda não ter seu verdadeiro nome revelado, o alemão "Kagome Kagome" (ex-IHateJuice) já conseguiu construir umasólida reputação no poker online e, para muitos, é um dos melhores jogadores de hold’em do planeta.
O jogador da Alemanha, que tem apenas 21 anos, já tem o respeito de ninguém menos que Patrik Antonius e Phil Ivey. Ivey, por sinal, em um dos seus duelos, disse ao alemão que o considera superior na modalidade: “Eu acredito que nós dois sabemos que você é melhor que eu em limit hold’em”.
Kagome Kagome foi um dos grandes vencedores de 2010, com ganhos superiores a US$2.5 milhões em limit hold’em. Seu sucesso deu-lhe confiança para pedir a Phil Ivey que intercedesse junto ao Full Tilt por mesas de limit com valores ainda mais altos. Ivey pediu, e o Flll Tilt atendeu. Pouco dias depois, Kagome Kagome podia ser visto jogando em mesas de $3K/$6K. O repórter da Card Player Brian Pempus entrevistou esse fenômeno do online, e a Card Player Brasil traz a entrevista completa para você. Brian Pempus: Ivey fez elogios ao seu jogo em limit hold’em. Você acha que é melhor que ele em termos de disciplina? Você já pensou em jogar contra ele ao vivo? Kagome Kagome: Eu não acho que foi uma surpresa, ele me dizer que sou melhor. Eu acho que Ivey, no geral, é o melhor jogador do mundo. Ainda assim, mesmo ele não pode jogar de maneira perfeita todas as modalidades. De qualquer maneira, mesmo que eu fosse o melhor, isso não significaria nada. Poker é um jogo dinâmico e, ao longo prazo, aqueles resultados momentâneos são esquecidos. Ao contrário de mim, Ivey está no topo há vários anos. É difícil lidar com seu jogo agressivo, porque ele não deixa você ganhar nenhum pote, a menos que você tenha um par ou uma boa quantidade de experiência contra esse tipo de jogador. Jogar contra ele ao vivo seria um grande desafio. BP: Por que você pediu para Ivey interceder junto ao Full Tilt por limites mais altos de jogos limit? O que passa na sua cabeça durante as grandes variâncias que ocorrem nesses limites? KK: Quanto mais alto eu jogo, maior é a emoção. Para mim, subir limites é a uma das melhores coisas no poker. Se eu não puder subir, eu vou parar de jogar. Eu não posso imaginar qualquer limite que eu não jogaria. No início, eu não estava certo que o Full Tilt atenderia meu pedido, mas depois que Ivey mostrou interesse, então, eu sabia que era questão de tempo conseguir o que eu queria. Só, que quando criaram apenas uma mesa para mim, eu tinha um assento reservado. E isso era uma desvantagem, já que eu não podia nem escolher minha posição, nem jogar mais de uma mesa. Pedi a eles então para criar mais mesas de $3K/$6K. Eu considero meu bankroll como dinheiro para poker, e ele não tem nenhum impacto na minha vida pessoal. A variância do jogo é normal e, desde que eu não tenha que descer delimites, ela não me afeta. BP: Você poderia falar sobre seus duelos contra Patrik Antonius? Ele tem sido seu oponente mais difícil? Até agora, os longos duelos tem sido uma norma na sua carreira? KK: Jogar contra Patrik Antonius é muito cansativo, mas eu adoro isso. É como andar em uma montanha-russa. Em uma semana eu perco um milhão de dólares, mas, na outra, recupero tudo novamente. Você nunca sabe o que acontece depois. A variância pode ser enorme em limit hold’em, especialmente quando a diferença de habilidade é tão pequena. Nas batalhas em que os jogadores estão praticamente no mesmo nível, as cartas serão responsáveis pelo resultado final da partida. Saber isso é essencial, porque, como eu disse, em limit a variância é muito alta e é difícil não ser afetado por ela. Mas, claro, que isso se aplica a todos os jogos de high-stakes. Antonius tem sido de longe meu oponente mais difícil, ainda mais que ele está em uma maré muito boa. Eu comecei minha carreira jogando cash games e até que eu era me saía bem. Quando comecei a jogar heads-up, eu podia grindar do meu jeito, passo a passo. Muito dos meus ganhos vieram de longas maratonas, às vezes, durante muitos dias. Sessões normais muitas vezes podem se tornar longas sessões. Isso acontece quando dois jogadores têm praticamente o mesmo nível, quando têm alguma boa razão para jogar, ou simplesmente estão bem dispostos para o jogo. Eu não sou diferente. Em partidas que duram mais de seis horas, você sempre verá um jogador entrar em tilt, às vezes, os dois. Então, em situações assim, é bom certificar-se que você irá tiltar menos que o adversário. BP: O que é necessário para se tornar um bom jogador de limit hold’em? Qual o segredo para seu sucesso? Você tem uma programação para jogar, ou algo parecido?
KK: A parte psicológica é muito importante em jogos limit porque você não consegue ter uma grande vantagem contra seu adversário. Normalmente as cartas vão decidir o vencedor. Ao longo prazo, o que conta é ganhar aquela aposta extra do adversário. E muitas vezes, isso é muito cansativo. Meu conselho para jogadores em desenvolvimento é que em limit hold’em raramente é certo largar um par, porque as odds são sempre muito boas. Assim, a força relativa das mãos muda muito comparada com outros jogos. Eu não acho que eu seja um prodígio, mas tenho boas bases. A partir do momento que eu vejo que há espaço para outros jogadores se tornaram melhores, e neste momento eu vejo que há, eu não me considero o melhor. Eu sei que há pelos menos alguns jogadores com quem eu possa aprender no futuro. Também não tenho uma programação certa para jogar, sou péssimo com isso. Eu apenas jogo quando tenho que jogar.
BP: Como você descreveria o cenário atual dos jogos de limit hold’em na internet? No futuro poderemos esperar por Kagome Kagome jogando eventos limit na World Series of Poker? KK: Quando eu jogo nos limites mais baixos, o jogo parece surpreendentemente animado. Tudo que eu quero é que os jogadores sejam menos gananciosos e se preocupem mais com jogo em sua essência. Coisas como ficar de sit out, logo que o pato da mesa ficou também, pode fazer com que estes jogadores se sintam mal. O mesmo vale para o angle shooting (usar estratégias antiéticas, mas não ilegais, para obter vantagem de jogadore menos experientes) e para o bum hunting (quando um jogador fica procurando por mesas apenas com jogadores muito fracos). Falando da WSOP, eu definitivamente estarei por lá, principalmente para conhecer outros jogadores e divertir com meus amigos. Também jogarei alguns eventos, mas eu não tenho muita experi6encia ao vivo, não acho muito divertido também. Eu odeio ter que ficar esperando pela cartas, preciso que alguma coisa sempre esteja acontecendo. Mesmo online, eu estou sempre em fóruns ou assistindo alguma coisa enquanto jogo. Para mais Poker News, acesse: www.cardplayer.com.


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