GERAL

Card Player entrevista “kagome kagome”

Grinder ganha à vida nos High Stakes do Full Tilt Poker

11/03/2013 14:05

Card Player entrevista “kagome kagome”/CardPlayer.com.br — O grinder dos High Stakes “kagome kagome”

“Nós dois sabemos que você é melhor que eu”. Foram com essas palavras que Phil Ivey reverenciou os talentos de “kagome kagome” nos feltros de Limit Hold’em. E ele não exagerou. Quem acompanha de perto os High Stakes sabe que esse misterioso jogador alemão faz estragos nos feltros. Somente este ano, “kagome kagome” conquistou 468 mil dólares nos nosebleed. É difícil encontrar um profissional que não tenha sofrido em suas mãos. Mais complicado ainda é achar alguém que já tenha visto ele nos feltros. O alemão vive em um “regime fechado” no seu País, mas o jornalista da Card Player, Brian Pempus, conseguiu driblar essa timidez. Veja o exclusivo bate-papo entre os dois: Brian Pempus: Uma vez você disse: “Phil Ivey é o último chefe do poker online”. Atualmente, você se considera o último chefe do Limit Hold’em? Kagome Kagome: Não, eu não acredito que exista um último chefe. Eu vejo no momento uma série de jogadores em níveis semelhantes. Os profissionais “KPR16”, “jama-dharma”, Phil Ivey e Patrik Antonius estão jogando de igual para igual comigo. BP: Como você se sairia contra Phil Ivey e Patrik Antonius no ao vivo? KK: Seria um crime, tenho certeza disso. Eles me maltratariam. BP: Existe alguma chance da comunidade do poker te ver na World Series of Poker (WSOP) deste ano? KK: Não vou poder participar da WSOP 2013, mas desejo um ótimo jogo para quem viajar até Las Vegas. BP: Você é feliz vivendo somente nos feltros online? KK: Não é que eu jogue apenas online, é que eu nunca me senti feliz nos feltros ao vivo. Sempre que vou aos torneios me irrito facilmente por causa do ritmo mais lento do jogo. BP: Alguns jogadores querem fama, outros gostam de vencer para entrarem na história do poker. Essas ambições não fazem parte do seu dicionário. Você acha que um dia isso vai mudar? O aborrecimento dos torneios ao vivo será superado pelo desejo de ter um bracelete? KK: Em alguns momentos eu gosto de estar junto à comunidade do poker, mas na maioria do tempo eu prefiro ficar sozinho. E eu não acredito que essa minha opinião mude. É preciso ressaltar também que os maiores títulos ainda não são capazes de mudar o conceito que os alemães têm sobre o jogador de poker. BP: Então a vitória de Pius Heinz no Main Event da WSOP não fez muito pelo poker no seu País? KK: Não, acredito que o fato do Pius Heinz ter se mudado para Áustria logo após o seu título diga tudo. BP: Eu vejo que você costuma enfrentar o Gus Hansen. Ele vem perdendo muito dinheiro nos últimos meses, existe alguma coisa errada com o jogo dele? KK: Acho o Gus um jogador implacável e muito inteligente. Às vezes ele age de forma bastante apressada, e por isso acaba cometendo pequenos erros. Quando isso acontece, eu penso que o certo a se fazer é diminuir o tempo nos feltros. BP: Você acha que ele está perdendo a concentração com muita facilidade? KK: Não, muita gente julga o desempenho dele pela paciência, mas no início deste ano, quando Hansen sofreu bastantes nos nosebleed, ele desceu alguns limites para recuperar a sua confiança. E isso mostra que ele está concentrado no seu jogo. BP: O que poderia ser mais estressante do que as mesas de $2.000 / 4.000 Limit Hold’em? KK: É um fato que estes níveis são muito estressantes, por isso você não deve engatar todos os dias. Mas nem sempre o estresse é ruim, ele proporciona adrenalina, o que me ajuda a manter a minha concentração intacta.

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