A Suprema Poker Series, série do Suprema App que distribuiu mais de R$ 50 milhões, terminou há pouco mais de uma semana — e com ela acabou também os três rankings que distribuíram quase R$ 150 mil reais entre os seus campeões.
No Ranking Low, o título ficou com Matheus Tavernari, profissional de 31 anos, que joga poker desde 2017. Mas foi apenas em 2019 que ele começou a enxergar o jogo como uma oportunidade de renda extra. Para se profissionalizar, ele ainda enfrentou resistência da família, saindo da casa dos pais em 2020. A desconfiança foi superada e hoje Matheus colhe muitos frutos, o mais recente deles, o topo da tabela de classificação Low da SPS, que lhe rendeu R$ 30.000.
Já o ranking de buy-ins médio teve Elerson Kirsten, de 28 anos, no lugar mais alto do pódio. Profissional desde 2020, ele também é embaixador da marca Se7en Créditos Online e levou R$ 45.000 pela conquista.
O campeão do Ranking High dispensa comentários. Thiago Decano é um dos maiores jogadores da história do país. Um dos primeiros brasileiros a ser campeão da WSOP e também considerado por muitos anos o profissional mais técnico. Decano ganhou cerca de US$ 2,2 milhões jogando ao vivo e mais de US$ 4 milhões no online. Hoje, mesmo focado em outras atividades fora das mesas, ele mostra que segue afiado ao vencer o ranking mais difícil da SPS e levar R$ 60 mil para casa.
A Card Player Brasil fez uma entrevista conjunta com os três campeões. Confira o que eles disseram:
Disputar o ranking da série já era um objetivo ou depois de bons resultados, vocês decidiram tentar buscar o título?
Matheus Tavernari: Desde o início, eu tinha o objetivo de disputar para ganhar, porém não tinha certeza se teria o bankroll necessário para enfrentar a variância desse longo período.
Nos primeiros dias, obtive alguns resultados que proporcionaram uma maior segurança em relação ao bankroll, conseguindo suportar maiores oscilações e assim permanecer firme até o final!
Eller Kirsten: No início, eu não estava dando meu máximo. Teve dias que nem "grindei". Mas fui aumentando o volume quando vi que estava bem no ranking. Achei que daria para beliscar um top 5, mas acabei terminando em primeiro, mesmo disputando menos torneios que os concorrentes.
Thiago Decano: Estava há algum tempo sem jogar online e engateu em alguns torneios no primeiro dia do festival e fui bem. Desde o início da minha carreira eu adoro competir em rankings. Aí, li o regulamento com cuidado, vi a premiação atrativa e que seria mais um belo desafio na minha carreira, então foquei pesado no grind pra ser o campeão do ranking.
O que pretendem fazer com esse dinheiro extra dos rankings?
MT: Gosto de investir em cursos e conteúdos relacionados ao poker, inclusive sou muito grato por toda experiência e aprendizado adquirido junto à comunidade Reg Life e ao KKGustavoKK.
Vários jogadores quando ganham um prêmio legal, sobem de limites, mas eu acredito que essa decisão não está relacionada apenas a um hit ou vários hits, portanto continuarei disciplinado nos low stakes até ter o necessário para realizar a transição para limites maiores e conquistar novos desafios.
EK: Grande parte vai para desenvolvimento profissional, conseguir manter jogando esses buy-ins de forma saudável e arriscar em alguns torneios maiores com um EV positivo.
TD: Eu sempre investi pesado em aprendizado, até porque eu amo poker e tenho a responsabilidade de ter uma escola em que já ajudei mais de 5 mil alunos a se tornarem vencedores. A grana vai para o bankroll, algumas mentorias pontuais e curtir com a família. Marthin (filho) e Marina (esposa) agradecem (risos).
Qual foi o seu diferencial para vencer o ranking?
MT: Acredito que o diferencial foi fazer o meu papel e não olhar pro lado. A maioria das pessoas ficam mais preocupadas se estão runnando bem, se ganharam, se foram ultrapassadas no ranking em vez de se preocupar com o próprio jogo e seus próprios números. E tenho que agradecer aos meus pais que foram essenciais para essa conquista. Eles me incentivaram diariamente.
EK: Acredito que a técnica, pelo fato de eu ter feito muito menos jogos que grande maioria ali do top 10-20.
TD: Eu já tive a felicidade de liderar rankings mundiais importantes. Então, quando eu opto por competir eu sou muito focado. Ao decidir participar, eu joguei todos os torneios necessários para ter a pontuação máxima, mas eu também tive duas grandes ajudas. Primeiro, do Ivan Santana, que é um grande amigo e que tem um excelente time de PLO5, o Royal Five. Ele disponibilizou um baita material pra eu estudar e melhorar meu jogo. Segundo, em casa, tive todo o apoio da Marina, que além de vibrar muito com cada dia de vitória, me ajudou muito na nossa rotina diária para que eu pudesse focar no jogo a partir das 17h até a madrugada, todos os dias.
Te amo, amor! Ha, ha, ha!
Em sessões longas e constantes, como acontece em séries, como fica o psicológico? Dá para evitar o aparecimento do tilt e, muitas vezes, o famoso “chutar o golpe”?
MT: O mais importante é entender como funciona a natureza do jogo de poker. Nunca é bom cair na reta final, e não são todos os dias que vamos ganhar, pelo contrário, na maioria das vezes, vamos perder. À medida que o rendimento nas mesas for afetado por estar jogando cansado, frustrado ou tiltado, aconselho parar de jogar e avaliar os motivos que levaram a esses sentimentos e emoções.
EK: Difícil não dar uma tiltadinha, né? Ha, ha, ha! Ainda mais quando se participa de um ranking que cada ponto vale muito e a competição é acirrada. Mas logo o tilt tem que passar, pois é preciso tomar as melhores decisões no decorrer dos outros torneios.
TD: Ninguém gosta de perder ou de ter dias de prejuízo, né? Mas depois de 17 anos jogando e ensinando poker, eu consigo passar tranquilo por períodos de variância. Um truque mental que eu uso é me antecipar ao tilt. É um método que funciona bastante com meus alunos também. Antes de jogar, eu já deixo instalado em minha mente qual ação eu vou fazer logo após o evento que causa o tilt ocorrer. Funciona 100% das vezes comigo.
Qual dica você deixaria para quem quer ter sucesso no poker ou, pelo menos, tornar o jogo um hobby lucrativo?
MT: Entenda e saiba diferenciar que o bankroll do poker não é o mesmo bankroll da vida real.
EK: Disciplina em todas as áreas e buscar conhecimento constantemente.
TD: Profundidade nos estudos e se divertir. É fácil se achar o melhor jogador do planeta quando os resultados aparecem. Quanto mais eu estudo, mais eu sei o quão longe estou de masterizar o poker. E é uma delícia aprender poker todos os dias. E a dica é: invista em uma mentoria! Você já larga na frente de 95% dos adversários.
As séries da Suprema vêm se tornando cada vez maiores e de mais sucesso. Como você enxerga esse tipo de evento para o jogador?
MT: Uma excelente oportunidade para o jogador se testar e ao mesmo tempo concorrer a grandes prêmios e viagens.
EK: Acredito que atrai muitos jogadores recreativos e isso aumenta as premiações e garantidos dos torneios. Uma série é um atrativo bem grande, na qual há muitas oportunidades de grandes forras.
TD: Eu sou fã das séries! E a Suprema matou a pau com a premiação do ranking.
Ser campeão do ranking high roller é surreal, pois o nível técnico estava muito forte. Levarei esse título com muito carinho na minha carreira.
O desenvolvimento do poker online brasileiro teve um salto gigante nos últimos anos, muito por causa da Suprema, que assumiu liderança mundial no mercado de aplicativos. Como vocês veem o futuro do poker online no Brasil e, mais especificamente, do mercado de aplicativos?
MT: Os próprios dados já comprovam o crescimento exponencial do poker brasileiro em todas as áreas. O mercado dos aplicativos tem um futuro muito promissor, principalmente pela expansão territorial e aceitação de outros países. A Suprema é a grande responsável por toda essa evolução, conseguindo proporcionar uma maior confiança, segurança e oportunidades para os jogadores.
EK: O poker só tende a crescer por ser um esporte fascinante, competitivo e complexo. Os aplicativos vão continuar a crescer pelo fato de oferecerem diversas oportunidades diferenciadas em relação aos grandes players tradicionais.
TD: Tudo é fantástico! Quando eu comecei no poker, o Brasil engatinhava no cenário mundial. Hoje, somos a maior referência técnica, temos os melhores jogadores, eventos, dealers, times e tudo isso graças a uma visão empreendedora de vários empresários f***! Eu tenho a felicidade de ser sócio de algumas dessas pessoas que ao se depararem com um ambiente totalmente inóspito enxergaram a oportunidade de fazer de uma paixão um negócio extremamente lucrativo e que emprega dezenas de milhares de pessoas. A Suprema é uma gigante do nosso mercado e propiciou a muitos empreendedores brasileiros crescerem juntos, ganharem juntos, mudando a vida de muitas famílias que acreditaram nesse modelo de negócio. Só me resta dar os parabéns e torcer para que cresçam ainda mais!
Alguma consideração final?
MT: Sou muito grato a Deus pela oportunidade de fazer o que gosto e por ter o total apoio dos meus pais em relação à minha escolha. Obrigado a todas as pessoas que torcem por mim e que sempre me ajudaram e ajudam na minha jornada. Obrigado também pela oportunidade de poder falar um pouco sobre o jogo, Card Player.
EK: Você que está lendo isso, se tiver alguma dúvida ou quiser trocar uma ideia sobre poker, pode me chamar nas redes sociais. Ah, e também podem entrar em contato com a Se7en Créditos Online para iniciar a sua jornada.
TD: Agradeço a oportunidade de falar com um público tão apaixonado por poker. Eu sou um defensor do poker como fonte de inúmeras habilidades para as pessoas se desenvolverem de forma pessoal e profissional. É um jogo mega inteligente e divertido, que potencializa tanto a parte matemática como a leitura do comportamento humano. Você se torna uma pessoa melhor pois eleva sua capacidade de ser empático, sua inteligência emocional, sua criticidade ao entender a real intenção das pessoas... Bem, eu ficaria horas falando dessa paixão (risos). No final, apenas divirtam-se e respeitem seus oponentes nas mesas.
