Com a comunidade brasileira do poker se propondo a discutir a participação feminina em vários aspectos do jogo, muitos passaram a questionar a existência de rankings e torneios exclusivos para as jogadoras, afinal, a modalidade é um esporte da mente na qual homens e mulheres estão em pé de igualdade.
Para a bicampeã mineira Samantha Caiaffa, essa linha de raciocínio faria todo sentido se não houvesse assédio e comentários machistas por parte dos jogadores. Ela acredita que é por conta do torneio Ladies que muitas mulheres se sentem confortáveis em conhecer o poker.
“Muitas pessoas me perguntam se seria adequado ter um ranking feminino para o poker, visto que é um esporte da mente e homens e mulheres podem e jogam de igual pra igual! Concordo, porém vocês esquecem que o torneio LADIES é uma porta de entrada para várias mulheres aprenderem o jogo e jogarem ao vivo, pois elas não se sentem à vontade de fazer isso em torneios abertos em um meio de maioria masculina. Elas ficam com receio do assédio e do machismo! Essa semana aconteceu um episódio que abriu os olhos de toda a comunidade do POKER para essas questões, e tenho certeza que foi um MARCO. Os benefícios serão colhidos dia a dia por todos nós! Figuras renomadas e veículos de comunicação abriram seus canais para discussão do assunto. Foi um grande passo e nossas conquistas só estão começando”, escreveu a jogadora.
Os torneios Ladies estão presentes em festivais em todo o mundo. A estreia do evento na WSOP aconteceu em 1977. Para evitar a participação dos homens, que por conta das leis locais não podem ser impedidos de jogarem, a série em 2013 elevou o buy-in do torneio para US$ 10.000, sendo que todas as mulheres que se registrarem tem um desconto de US$ 9.000.