Lembra quando o poker sul-americano tinha a sua “Libertadores? Entre 2008 e 2016, o Latin American Poker Tour (LAPT) tomou conta dos feltros do continente. Um inesperado cancelamento veio em 2017, quando o PokerStars promoveu uma grande reformulação em seus circuitos ao vivo, colocando um fim em tradicionais eventos como o EPT, UKIPT, ESPT, IPT e APPT.
A decisão do site foi desastrosa. No final de 2017 veio a promessa de um retorno do LAPT, porém o PokerStars voltou atrás e cancelou a etapa programada para acontecer em Viña del Mar, no Chile. Desde então, os sul-americanos estão órfãos de um campeonato que percorra vários países do continente. Relembre grandes momentos do LAPT:
O Brasil no LAPT
O Brasil sofreu bastante no início do LAPT. A primeira vitória verde e amarela veio no ano quatro do circuito, quando o catarinense Murilo Figueredo subiu ao topo do pódio no Chile. O país venceria sempre nas próximas temporadas com Marcelo Fonseca, Victor Sbrissa, Caio Hey, Yuri Martins e Rodrigo Strong.
O libertador Nacho Barbero
O domínio do argentino Nacho Barbero no LAPT é incontestável. Em 2010, ele cravou etapas consecutivas para se tornar o primeiro bicampeão. O inédito tricampeonato do profissional viria em solo brasileiro, justamente na despedida do circuito. Já sem o peso de anos anteriores, o LAPT teve seu fim nos feltros do BSOP Millions, ocupando o lugar de um dos high rollers do festival brasileiro. Nacho também é o líder em IMTs (15) e em prêmios (US$ 917.510)
Etapa histórica
A estreia do LAPT aconteceu em na cidade do Rio de Janeiro. Na temporada seguinte, o país foi “esquecido” pelos organizadores, porém em 2010 o circuito desembarcou em Florianópolis. Já no ano 4, duas etapas foram disputadas no Brasil, inclusive a decisiva. Disputado em pleno carnaval, o festival contou com a presença de vários Team Pros do PokerStars. Mais famoso deles, o canadense Daniel Negreanu foi muito longe no Main Event, chegando até à decisão. Eliminado no 6-handed, o “KidPoker” recebeu R$ 48.730.
Fenômeno nos feltros
Em 2013, o PokerStars levou ao seu extinto Team SportStar Ronaldo Fenômeno. A estreia do ex-jogador foi na etapa paulista do LAPT. Em menos de três horas, ele perdeu todas as suas fichas no Dia 1A do Main Event e deixou os feltros do hotel Tivoli para não voltar mais.
“El Pescador”
Graças ao LAPT, os jogadores sul-americanos conheceram o trabalho do fotógrafo Carlos Monti. Fanático por pesca, ele nunca está de mau humor. Se perguntar por aí, o mínimo que você vai ouvir sobre ele é “uma pessoa fantástica” Em pouco tempo, Monti se tornou parte do ambiente. Seja por suas camisas polos do PokerStars ou por sua simpatia ímpar, não há como não reconhecê-lo. Em terras terra latinas, se você estiver olhando para uma boa foto de um torneio do PokerStars, pode ter certeza que ele é o homem responsável pelo click.
“Os brasileiros são tão bons para fotografar como para dançar e jogar futebol. Eles saltam, gritam, desarrumam o penteado, jogam o boné para cima. Eles realmente expressam toda a emoção quando estão jogando poker. E isso é uma riqueza na comunicação”, declarou Monti certa vez à Card Player.
Países Copeiros
Os países sul-americanos levaram um “banho de bola” no início do LAPT. Na temporada inaugural, o troféu foi parar nas mãos de jogadores da Holanda, da Hungria e da Espanha. O responsável por quebrar a hegemonia europeia foi o norte-americano Ryan Fee. Na etapa seguinte, Fabián Ortiz daria início ao domínio argentino. No restante do LAPT, o país do tango jamais deixaria o topo do ranking.