Desde o boom do poker, em 2003, nenhum campeão mundial forrou mais nos torneios ao vivo do que Joe McKeehen, vencedor do Main Event da WSOP 2015. Avesso a holofotes, o norte-americano nunca mostrou interesse em se promover após faturar o bracelete mais cobiçado do planeta. Para ele, assumir um simbólico cargo de embaixador do jogo não fazia sentido.
“É provavelmente a coisa mais idiota em uma indústria repleta de coisas idiotas”, declarou McKeehen ao jornalista Erik Fast, da Card Player.
Antes mesmo de vencer o Main Event, McKeehen começou a frustrar as expectativas do público. Perto da formação da FT, ele foi o responsável pela queda de Daniel Negreanu, a última grande estrela do poker no field. Já isolado na liderança, o profissional da Filadélfia não deixaria o topo da classificação em momento algum.
McKeehen precisou esperar por mais de cem dias para retornar ao seu assento. À época, ele achava tudo aquilo uma estupidez, entretanto o longo hiato acabou sendo útil.
“Me parecia estúpido, mas deu certo. Eu não percebi que as oportunidades que eu teria naqueles meses não costumavam ser as mesmas de antes. Aquele período me permitiu conseguir patrocinadores e ainda mais tempo, mas eu estava enganado. Eles ficaram melhores e perceberam que ‘foldando’ mais para sobreviver aos payjumps era uma estratégia melhor do que tentar bater o líder em apenas uma mão”.