Almedin “Ali” Imsirovi era apenas um adolescente quando ele conheceu o poker em pleno período da Black Friday. Cinco anos depois, o jogador da Bósnia Herzegovina passou a ter a idade necessária para jogar nos cassinos de Las Vegas. Apesar do pouco tempo de feltro, Ali já se encontra entre os melhores do mundo.
“É difícil dizer exatamente onde todo mundo está, mas seria difícil não me colocar no top 10. E sim, o meu objetivo é sempre ser o melhor”, declarou Ali ao jornalista Julio Rodriguez, da Card Player.
A ascensão meteórica do craque que cresceu no estado de Washington, nos EUA, começou em 2018, quando ele faturou a jaqueta roxa do Poker Masters. Desde então, o profissional se estabeleceu como uma das maiores forças dos high rollers. São 16 títulos e mais de US$ 10,4 milhões em prêmios.
Ali tinha apenas três anos quando a sua família deixou a Bósnia por causa da guerra. Empresário de sucesso em sua terra natal, o pai de Ali precisou trabalhar em vários empregos nos EUA para cuidar da numerosa família. Ali, por sua vez, tinha esperanças de construir uma carreira no basquete, porém uma lesão no tornozelo acabou mantendo o jovem fora das quadras. Sempre em busca de desafios, ele se interessou pelo home game que o seu pai organizava, porém foi difícil de convencê-lo.
“Ele era contra a minha participação em qualquer atividade que envolvia apostas em dinheiro”, contou Ali.
A um semestre da sua formatura na universidade de Washington State, Ali largou os estudos para se dedicar ao poker. A decisão não foi uma surpresa. Enquanto tentava se formar, ele tinha o costume de matar algumas aulas para poder jogar freerolls online. A primeira cravada de Ali aconteceu depois que ele cancelou um encontro em pleno Dia dos Namorados
“Eu tinha que sair com essa garota. Eu estava indo para a casa dela e nós começamos a discutir sobre alguma coisa. Eu liguei o fo**** e não fui até lá. No caminho havia um clube de poker e acabei ganhando um torneio em que recebi mais que o prêmio original para o campeão. Eu tinha 90% das fichas no 4-handed e meus oponentes queriam um acordo, então eu pedi 100 dólares a mais”.
O dinheiro que Ali gastou para engatar no torneio ele deveria ter usado para consertar a sua guitarra. Nos anos seguintes, ele não deixou de ser imprudente com o seu bankroll.
“Ir à falência nunca foi um problema para mim porque além de não ter responsabilidades, eu contava com o apoio dos meus amigos se eu precisasse. Sempre foi tranquilo me arriscar e depois começar tudo de novo”.
Essa “tranquilidade” levou Ali a engatar em uma competição exclusiva de high rollers. Foi nessa sequência de torneios que ele percebeu que ainda faltava muito para bater de frente com os melhores do mundo.
“Eu joguei dois eventos de US$ 10.000 e um de US$ 25.000. Naquela época, eu não tinha ideia do eu deveria fazer contra aqueles fields. Eu me lembro de ter o Justin Bonomo à minha esquerda e ele estava acabando comigo. Eu pensei: ‘eu não pertenço a este lugar’. Eu não terminei de jogar o restante da série e voltei para casa para estudar”.
No final de 2017, Ali começou a construir um bankroll sólido. Depois de fazer três FTs em importantes torneios de Las Vegas, ele começou a temporada seguinte com vitórias no PCA e no Borgata Spring Poker Open, ambas cravadas que lhe renderam prêmios de seis dígitos.
“É difícil não ficar confiante quando você acumula vitórias consecutivas em high rollers com Fields técnicos. Eu dizia: ‘eu pertenço a este lugar. Esses caras agora sabem que eu sou”.
