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Diego “diegokeep” Cardoso fala sobre o seu retorno ao PokerStars

No auge da sua carreira, campeão do Sunday Million enfrentou suspensão de seis anos


 

23/12/2019 21:48
Diego “diegokeep” Cardoso fala sobre o seu retorno ao PokerStars/CardPlayer.com.br
Diego “diegokeep” Cardoso foi um dos destaques do país nos MTTs online por muito tempo


Construir uma duradoura carreira no feroz ecossistema do poker é um dos maiores desafios que os profissionais enfrentam. Em constante evolução, o jogo não perdoa quem para no tempo. Em 2013, no auge da sua carreira, Diego “diegokeep” Cardoso foi pego de surpresa quando o PokerStars baniu a sua conta sob a acusação de collusion. Ao viajar, o goiano deixou a sua casa aos cuidados de uma pessoa de confiança. Nesse período, “diegokeep” foi pego infringindo as regras do site em um freeroll, algo impensável para um grinder que era regular dos torneios high rollers da internet. As alegações do jogador do Steal Team não foram aceitas e ele ficou seis anos longe do palco das suas maiores conquistas. Na temporada 2012, em menos de dois meses, “diegokeep” fez heads-up em duas edições do Sunday Million, à época um campeonato que contava com a presença de mais de 6 mil jogadores todas as semanas. 


Somente neste ano, “diegokeep” teve a sua conta liberada pelo PokerStars. Com muita dedicação, o jogador de Goiânia aos poucos vai retomando a sua rotina de grind intenso. Entre as suas sessões, ele aceitou conversar com a Card Player Brasil. Veja como foi o nosso bate-papo exclusivo:


Card Player Brasil:  Como aconteceu o seu retorno ao PokerStars? 

Diego Cardoso: O erro que eu havia cometido foi não cuidar da segurança da minha conta. O que é uma coisa muito séria para o site. Acho que depois de 6 anos eles resolveram me dar uma segunda chance. Todos que me conhecem sabem que eu não cometo erros de collusion ou coisas do tipo. Acho que consegui convencê-los e após mais um e-mail resolveram tomar essa decisão. Eles sabem que não irei decepcioná-los. 


CPB: No tempo em que você ficou afastado do principal site de poker, vários times de poker foram criados e outros acabaram fechando as suas portas. Como você enxerga o cenário do poker online? 

DC: Em tempos intermitentes, durante esses 6 anos, eu joguei em outros sites. É difícil fazer volume fora do PokerStars. Mas não é impossível. Lógico que eu não ganhei nem 20% do que eu conquistava “grindando” no PokerStars, mas dava para pagar alguns boletos. O nível em geral melhorou bastante. Hoje existe um time de poker em cada esquina do país, e isso eleva bastante o nível técnico do field, principalmente do PokerStars, site em que se ‘voluma’ mais.

Mas nunca foi fácil. No meu auge ainda havia jogadores americanos no site. De fato, nós jogávamos contra os melhores do mundo, de fato.


CPB: No momento, você está jogando por conta própria?

DC: Não, eu faço parte de um time. É a equipe do Fichas Net. O Fichas Net Poker Team vem com um projeto bem legal. Maioria da galera é aqui de Goiânia. Temos alguns de fora também. É bem legal.


CPB: Como você fez para se manter ativo no poker? Você acredita que o seu jogo está defasado? 

DC: Continuei dando coaches. Engatei por um período nos cash games do PPPoker. Antes disso jogava no 888poker, no partypoker e no Americas Cardroom. Segui os circuitos locais também. E claro, sempre trocando ideia de mãos com grandes amigos que tenho no poker.

Sobre o meu jogo, é claro que não voltei na mesma pegada. Até porque de 2017 a 2018 eu cheguei a montar um restaurante, o que me consumiu muito tempo. Mas como disse, eu estava sempre me atualizando com amigos próximos. João Bauer me ajudou muito nesse período ‘off’. Sempre me indicando os melhores cursos, me atualizando do jogo e tudo mais.

Mas de três meses para cá eu venho tendo uma rotina de grind e estudos que eu nunca tive, nem quando eu estava no auge da minha carreira. É questão de tempo estar matando como antes. A experiência de 12 anos ajuda muito nesse sentido. Conheço qual o “caminho das pedras” para estudo e dedicação no grind.


CPB: Como foi voltar a jogar o Sunday Million?

DC: Foi uma emoção a parte, porque foi algo que eu temi por muito tempo que não voltaria a acontecer. Fiquei muito feliz com esse retorno.


CPB: Quando você venceu o Sunday Million, o torneio contou com a presença de mais de 6.300 jogadores. Hoje, o evento permite reentradas e o buy-in foi reduzido para $109. Apesar das mudanças, o garantido nem sempre é batido. Ainda é viável ter uma carreira na internet com as premiações sofrendo tantas reduções assim? 

DC: Foi um pouco frustrante ver o maior site do mundo ter caído tanto em relação às premiações. Mas o que mais me deixou frustrado foi ver a grade de torneios mudar tanto. Sinceramente, não gosto muito do formato Knockout Progressivo porque vejo grande parte da prize pool indo embora em mesas que estão fora do meu alcance. É horrível ficar em segundo lugar nesses torneios. Meus eventos favoritos sempre foram aqueles com rebuy. Fora o Sunday Million, eram neles que eu tinha maior ROI. Mas como disse, tudo é questão de adaptação.


CPB: Além do PokerStars, você grinda em quais sites hoje em dia? 

DC: 888Poker, partypoker e as vezes alguns torneios do pppoker.


CPB: Está em seus planos seguir os principais circuitos do país, como KSOP e BSOP?  

DC: Está sim. Porém estou bem mais pé no chão agora. Me casei. Tivemos uma filha que hoje vai fazer 4 anos. Abri e fechei empresa. Aconteceram muitas coisas nesse período. As despesas são maiores. Nunca fui um grande gestor de bankroll, mas agora preciso ir de uma forma mais sólida. Eu era um cara que me envolvia em muitas polêmicas. Hoje em dia estou fora (risos). Estou 100% focado no poker, uma vez que preciso colher grandes frutos em breve. Mas em breve prometo estar de volta jogando regularmente o BSOP e o KSOP, que ainda não tive o grande prazer de jogá-lo. Sempre me falaram que o KSOP é um torneio excelente de se jogar também.



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