EDIÇÃO 76 » COLUNA NACIONAL

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Devanir “DC” Campos
Marcos Antônio – Pouso Alegre (MG)

Quero começar a organizar alguns torneios na minha cidade e gostaria que você falasse um pouco sobre os aspectos necessários para que o evento seja bem-feito — desde estrutura de blinds, local etc.
Olá, Marcos.

Em primeiro lugar, é sempre bom ouvir mais pessoas querendo fomentar o nosso esporte por todo o País. Fazer um torneio de poker não é uma ciência exata e também não requer um título de PhD, mas há uma série de fatores que temos que levar em conta. Você verá que não existe fórmula pronta, mas dicas de como chegar perto do que se pretende.

Cada variável da equação — tempo, número de participantes, estrutura etc. — está intimamente ligada às demais, e a alteração em uma delas afetará todas as outras. Além disso, é claro, influenciará em um dos principais fatores, em minha opinião: o quão gostoso e divertido será a atividade para os participantes.

Por exemplo, a duração do torneio. Inicialmente, tudo dependerá do tempo que você tem disponível para realizá-lo e por quanto tempo você acha que os jogadores estarão dispostos a participar. Veja bem, se você tem um espaço que pode utilizar por 10 horas, mas os jogadores não ficariam por mais de cinco, não adianta planejar um torneio longo, certo? De forma análoga, se seus jogadores ficariam felizes com um formato deep stack de três dias, mas você só poderia acomodar um torneio por seis ou sete horas, você não entregará o que os jogadores querem.

Um site (em inglês) que tem várias dicas para quem quer fazer um pequeno torneio para os amigos é o www.homepokertourney.com. Nele existe uma ferramenta para criar (create-a-blind) estruturas de torneios de acordo com o número de participantes e o tempo que você tem disponível. Obviamente, este site é para torneios “caseiros”, para amigos, então, não espere uma estrutura de BSOP para estes torneios.

Boa sorte no seu torneio.




Raphael Campos – São José dos Campos (SP)

Olá, DC.
Primeiro, parabéns pela coluna. Está ótima. Agora, queria que você me esclarecesse alguns pontos:
1)    O que é a string bet e por que ela não é permitida?

2)    Por que em torneios não é permitido ao dealer virar o flop, o turn e o river quando não há ação, mas em algumas casas de cash game essa proibição não acontece?

3)    Há alguma regra específica para a abertura do flop, e por quê? Já joguei em lugares que se abre uma carta de uma vez e em outros que são abertas as três.

Olá, Raphael. Fico feliz que esteja gostando da seção. Vamos às respostas para as suas dúvidas:
1)    String Bet é o ato de fazer uma aposta em mais de um movimento. Por exemplo: você pega oito fichas de 100 na sua mão, coloca no pote e, em seguida, volta a mão para o seu stack, pega mais uma ficha de 500 e coloca junto daquelas de 100. Esse tipo de aposta não é permitido, pois influencia enormemente na ação, podendo causar erros, se o jogador que está à sua esquerda agir assim que você retira a mão ao efetuar a primeira ação.  Utilizar string bets para tentar pegar tells é visto como extrema falta de ética e como algo deselegante com os demais jogadores.

2)    A prática a qual você se refere chama-se rabbit hunting. Além de atrasar bastante o jogo, ela desestimula ação — uma vez que, sabendo que você pode ver a próxima carta, independente do que acontecer, não há motivo para arriscar mais fichas.

3)     O padrão internacional é que o flop deve ser aberto em um movimento rápido. Ao virar uma carta de cada vez, o dealer acaba influenciando na ação e isso deve ser evitado. Dealers que viram as cartas de forma lenta ou isoladamente estão errados e não seguem os padrões internacionais da profissão. O poker já é uma modalidade emocionante por si só e não é necessário que o dealer interfira para torná-lo ainda melhor.

Grande abraço e bons jogos!


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