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LAPT Panamá


Marcelo Souza
Três anos e treze etapas depois, o PokerStars Latin American Poker Tour voltou à América Central. Dessa vez, o anfitrião foi o Panamá.

E 39 dos 338 inscritos eram brasileiros. Entre eles, Thiago Decano e Fábio Sousa, respectivamente, o jogador nacional com o melhor desempenho na WSOP 2012 e o único brasuca a chegar entre os 100 primeiros colocados do Main Event da WSOP por dois anos consecutivos.

Com 10 níveis de blinds jogados, o field já tinha sido reduzido a 111 jogadores. E quantidade de baixas no pelotão verde-amarelo ficou dentro do esperado: apenas dez brasileiros voltariam para o segundo dia de torneio. O melhor deles era César Abad, com 69 big blinds.
O Dia 2 foi marcado pelo estouro da bolha – o equatoriano Alberto Santos perdeu um coin flip com A-K vs. 4-4 e deixou o torneio sem nenhum centavo, na 49ª posição. Antes disso, porém, cinco dos representantes tupiniquins ficaram pelo meio do caminho. Caso de Jayr Fregona, finalista do LAPT de Medelín. Após sua queda, não houve mais sustos para o Brasil.

Como de costume, o jogo acelerou depois disso. O 18º nível de blinds já estava no fim quando a organização anunciou o encerramento do dia. Restavam apenas 27 jogadores, e era de Marco “Chacal” Cheida a incumbência de trazer o terceiro título latino-americano para o Brasil. Com 25 big blinds, ele possuía o décimo maior stack entre os classificados. O chip leader era Leo Fernandez, Team Pro da Argentina, com 86 BBs. Acostumado a grandes torneios mundo afora, “Chacal” não decepcionou. Puxando pote atrás de pote, ele era o terceiro em fichas quando mesa final foi formada.

Na FT mais diversificada da história do LAPT, era difícil prever para qual país iria o título. Com pouco mais de 10 BBs, Diego Sanchez e Sam Razavi deixaram a disputa logo nos primeiros movimentos.

O outro short da mesa, Walid Mubarak, escapou da eliminação ao acertar um dos seus três outs contra o par de damas do brasileiro – mas o troco veio quando restavam quatro jogadores. “Chacal” abriu raise do UTG, e viu Walid empurrar seus últimos 16 blinds para o centro da mesa. “Chacal” pagou instantaneamente com AK. Dessa vez, o bordo não ajudou o peruano, que tinha AQ.

Infelizmente, na batalha 3-handed, o brasileiro perdeu um pote de 60 BBs para o norte-americano Patrick Mahoney, dois pares contra top pair. Com pouco mais de 10 big blinds restando, “Chacal” empurrou all-in com A8, depois do raise de Leo Fernandez. O argentino deu call com 99. Nenhum ás apareceu, e Marco “Chacal” embolsou mais de 70 mil dólares pela terceira colocação.

No heads-up, o Leo Fernandez tinha uma pequena vantagem, mas foi Mahoney quem dominou o duelo. Puxando pequenos potes, ele chegou a ter mais que o dobro de fichas do argentina. Mas o Team Pro tem estrela... Dois all-ins em menos de dez minutos foram o bastante para que o título ficasse na América Latina.

Primeiro, Leo Fernandez escapou da eliminação ao empurrar seus poucos mais de 20 BBs para o centro com KQ. Um milagroso K no flop quebrou o AQ do norte-americano, que ficou em pequena desvantagem novamente.

Na mão decisiva, os dois jogadores colocaram tudo na mesa antes de o flop ser virado. Fernandez tinha 1010, e Mahoney, AK. Para acabar com a tensão e com o torneio, um 10 logo na tampa. Título inédito, troféu e quase US$ 200 mil para o Team Pro da Argentino.


BRASILEIROS ITM:
48º Colocado: Piragibe Lindolfo – US$ 3.910
43º Colocado: Joel Oliveira – US$ 3.910
38º Colocado: César Abad – US$ 4.170
33º Colocado: Pedro Gusmão – US$ 4.170

RESULTADO FINAL:

1.    Leo Fernandez (Argentina) – US$ 171.930
2.    Patrick Mahoney (Estados Unidos) – US$ 108.700
3.    Marco “Chacal” Cheida (Brasil) – US$ 73.900
4.    Walid Mubarak (Peru) – US$ 55.050
5.    Johnny Sandoval (Costa Rica) – US$ 42.230
6.    Isaac Malca (Panamá) – US$ 33.180
7.    Sam Razavi (Reino Unido) – US$ 24.880
8.    Diego Sanchez (México) – US$ 18.850

CURIOSIDADES:

– A última vez que o LAPT esteve na América Central foi em 2009, na Costa Rica. Na época, 259 jogadores se inscreveram, gerando uma prize pool de US$ 628.075.

– Leo Fernandez foi o primeiro jogador latino a ganhar uma etapa na América Central. Antes dele, os campeões foram o canadense Amer Sulaiman (Costa Rica, 2009), o norte-americano Ryan Fee (Costa Rica, 2008) e o húngaro Valdemar Kwaysser (Costa Rica, 2008).

– Com a vitória, Fernandez se torna o segundo membro do time de profissionais do PokerStars a conquistar um título da etapa. Dentre os Team Pros, apenas seu compatriota “Nacho” Barbero, em 2010, em Punta Del Este e Lima, havia conseguido o feito.

– Todos os finalistas representavam países diferentes: Argentina, Brasil, Costa Rica, Estados Unidos, México, Panamá, Peru e Reino Unido.

– Único brasileiro na mesa final, Marco “Chacal” Cheida provou que a máxima do campeão do Main Event da WSOP de 1982, Jack Strauss, ainda é verdadeira. Perto do final do Dia 1, ele chegou a ter apenas um único big blind, mas se recuperou e chegou perto do título com “uma ficha e uma cadeira”.


Ficha Técnica LAPT Panamá

Data: 26 a 30 de setembro
Local: Veneto Hotel & Casino
Field: 338 jogadores
Buy-in: US$ 2.500
Prize Pool: US$ 754.080

 



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