EDIÇÃO 55 » ESTRATÉGIAS E ANÁLISES

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André Dexx

Há alguns dias, retomei algo que há tempos não fazia: voltei a discutir mãos. Um dos melhores lugares para se fazer isso é nos fóruns de poker. Passando por um deles, me surpreendi com o alto nível das discussões na área de High Stakes. Porém, vi que alguns dos bons jogadores da nova safra estão se detendo em aspectos menores. Seria este o seu caso?

Um ponto que chamou a minha atenção é a nova safra de jogadores que vêm se dando bem nos limites mais altos da internet. Além de se mostrarem bastante técnicos, eles estão, o tempo todo, questionando os mais variados aspectos de uma mão. Isso enriquece muito os debates, já que temos uma visão geral do jogo ao pensar em cada uma das variáveis envolvidas.

Obviamente, nem tudo são flores. Alguns usuários acabam exagerando. Especulam demais ou perguntam detalhes que não são essenciais naquele momento. Quando estamos diante de um problema, deixar de fazer as perguntas certas será um desperdício de energia, de tempo e de dinheiro. Isso é verdadeiro não apenas no poker, mas universalmente.



Vamos fazer uma analogia entre um bom programador e um programador fraco. O primeiro é mais eficiente porque consegue ir direto ao ponto. Já o segundo pode realizar a mesma tarefa, mas seu programa será menos eficiente. Isso porque este último, provavelmente, ficou andando em círculos. Ou simplesmente tomou uma linha que não era a mais adequada.

No poker, o ponto é o mesmo. Ao se deparar com um problema, é necessário filtrar todas as informações recebidas. Começamos da mais importante e em direção à menos importante. Porém, é bem provável que tudo aquilo de que precisamos para tomar uma boa decisão, já esteja em nossas mãos muito antes de chegarmos às informações menos importantes.



Essa forma de pensar é ainda mais importante no jogo online, no qual você terá menos tempo para agir. Nos limites mais altos, por exemplo, o tempo que você demora a agir é uma informação importante para o seu adversário. Assim, quanto melhor for o “seu filtro”, melhor o seu desempenho.

Fazer as perguntas certas é quase tão importante quanto responder corretamente a uma mão, ou a apresentar argumentos convincentes. Afinal, para alcançar o máximo de eficiência na hora do vamos ver, é preciso pensar o mais rápido possível e, quase sempre, sermos práticos.

Queria aproveitar para mandar um grande abraço aos amigos que fiz em Natal, especialmente aos parceiros do Clube Meza, onde ministrei a minha primeira palestra. Espero que tenha sido a primeira de muitas.



O que levar em conta quando analisar uma mão?

Procure caracterizar o estilo de jogo do seu oponente. Ele é loose ou tight? Passivo ou agressivo?

Preste atenção ao tamanho dos stacks de cada um dos jogadores que vão falar, e quais suas tendências pré-flop e pós-flop.

Analise a frequência com que o oponente faz determinado movimento. Ele dá muitas continuation bets? Essas apostas tendem a ser feitas com mãos fortes?

Tente colocá-lo em uma gama de mãos, desde o pré-flop. Jogadores que abrem raise do botão têm uma gama maior do que aqueles que fazem isso da posição under the gun.

Adapte-se. Não fique preso às estatísticas. Leve em conta todo o histórico do jogador à mesa. Digamos que o oponente acabou de aplicar uma 3-bet: a próxima que ele disparar tende a ser com uma gama mais forte.




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