EDIÇÃO 5 » MISCELÂNEA

Nova geração: Felipe ‘Mojave’ Ramos

Música no feltro


Amúlio Murta

Aos 24 anos, o paulista da região do ABC, Felipe “Mojave” Ramos é considerado uma das revelações do poker nacional em 2007. Líder do Ranking do Campeonato Paulista de Omaha, e com resultados expressivos como a segunda colocação no I Nordeste Poker Fest e o primeiro lugar na etapa de São Paulo do BSOP, Felipe tem alcançado bons resultados jogando também pela internet. Isso despertou o interesse dos grandes sites e culminou com um contrato de patrocínio para a temporada 2008.

Músico e Administrador de Empresas, Felipe conversou com a equipe da Card Player Brasil, falando um pouco sobre a sua entrada no mundo do poker, suas modalidades preferidas e suas expectativas para o ano de 2008.

Amúlio Murta: Olá, Felipe. Você poderia começar esse papo nos contando como descobriu o poker e de que forma ele entrou em sua vida?

Felipe Mojave: Descobri o Hold’em através da TV e fiquei maravilhado com o jogo. Tanto que, logo em seguida, resolvi aceitar o convite de alguns amigos para jogar ao vivo.  Esses encontros aconteciam uma vez por mês, às sextas-feiras. O meu interesse foi tão grande que no segundo dia eu já estava corrigindo todo mundo sobre as regras, porque a gente jogava errado mesmo! (Risos). A partir daí, comecei a estudar o jogo, procurar material, praticar pela Internet etc., e isso fez com que eu me distanciasse da turma. Foi quando procurei por lugares onde pudesse praticar com outras pessoas que também estivessem interessadas em desenvolver o jogo. Então comecei a fazer isso nas casas de poker de São Paulo, no segundo semestre de 2006.

AM: Como foi o caminho até a conquista dos primeiros resultados positivos e da construção do bankroll?

FM: Consegui ganhar bagagem muito rápido. O primeiro grande torneio live que eu disputei foi em abril deste ano: 50k Omega Best Player. Mesmo cometendo muitas bobagens – a maioria, fruto de minha inexperiência – consegui chegar à mesa final e fiquei na 6ª colocação entre monstros do Poker como João Marcelo, Akkari, Salim e muitos outros. Logo em seguida disputei uma etapa do BSOP e aí, em meio a outros monstros como Federal, Brasa, Bello, Vicenzo Camilotti, dentre outros, consegui outra mesa final e mais um 6º lugar. Ou seja, em duas semanas disputei os dois maiores torneios do Brasil no período e consegui duas mesas finais. Com esse salto no meu bankroll pude jogar muitos torneios e, assim, ganhar experiência de forma rápida.

AM: Sua carreira evoluiu rapidamente. Quais fatores contribuíram para essa ascensão tão rápida?

FM:
Talvez o fato de eu começar enfrentando jogadores experientes tenha me ajudado a evoluir mais rapidamente, pois, de uma maneira ou de outra, fui criando amizade com a turma e as influências eram as melhores. Além disso, também consegui aprender muito assistindo torneios na Internet. Sempre fui uma pessoa muito observadora e questionadora, portanto estou sempre perguntando para algum jogador porque ele fez isso ou aquilo, e isso me ajuda muito no desenvolvimento do jogo. Outro ponto principal foi a leitura. De toda a grana que eu ganhei nos primeiros meses, gastei muito mais com livros, computador, assinaturas do que com buy-ins.

AM: Recentemente você tem figurado nas mesas finais de vários dos principais torneios live do país, além de ter conseguido resultados significativos também pela Internet. Você prefere jogar ao vivo ou online?

FM: Analisando meus resultados, acredito que meu jogo é muito mais forte ao vivo do que online. Eu me sinto seduzido pela adrenalina do jogo live, que é um grande prazer pra mim. Mas a internet oferece vantagens incríveis. Jogar sem sair de casa e concorrer a 20 mil dólares gastando apenas $100 em seis horas de jogo é realmente um sonho! E este é o milagre da internet: comodidade x retorno. Mas isso não me comove – gosto de jogar online, mas prefiro ao vivo. Hoje meus resultados encontram-se bem divididos, pois consegui evoluir muito no cash game online, aumentei meus limites e o resultado está sendo muito melhor que eu poderia imaginar.

AM: Com tantos resultados expressivos, a profissionalização parece ser inevitável. Como você encara este fato?

FM: Atualmente estou na fase semi-profissional, visto que pouco mais da metade dos meus rendimentos mensais vêm do Poker. Já em novembro consegui um salto em nível semestral de receita num só mês, o que dá uma grande tranqüilidade para encarar o jogo. Fase a fase, tenho como objetivo me profissionalizar 100% no esporte. Isso já não está tão longe de acontecer, mas confesso que é uma decisão muito difícil por diversos motivos pessoais.

AM: A entrada para o Best Poker Team pode ser considerada como um novo passo neste sentido?

FM: Sem dúvida. Tive a oportunidade de conhecer os representantes do site no Brasil e os responsáveis mundiais durante a realização do 100K Nata Rio, e fiquei muito impressionado. O site possui uma bela estrutura e vai me proporcionar a oportunidade de jogar grandes torneios internacionais que eu teria mais dificuldade de acesso sem um patrocinador forte.

AM: Falando em Torneios Internacionais, quais são os seus projetos para 2008?

FM: Meu principal projeto para o próximo ano é a estréia no WSOP. Em Vegas, pretendo ainda disputar os eventos preliminares de HORSE, Omaha e Hold’em, é claro. Estou me organizando também para participar de algumas etapas do EPT (European Poker Tour), começando pela etapa da Dinamarca, em fevereiro. O HORSE é uma modalidade que atualmente estou estudando a fundo e tenho como meta pessoal terminar 2008 entre os cinco melhores do país na modalidade, mas, para isso, terei que trabalhar muito duro.

AM: Já que você está falando de outras modalidades, quais são as suas modalidades preferidas no poker? Você considera importante conhecer todas elas para a evolução e o aprimoramento da técnica?

FM: Gosto muito de jogar Omaha Hi, porém a minha modalidade preferida de poker é o Texas Hold’em. Considero extremamente importante conhecer as demais variantes, pois isso me ajuda a compreender o estilo dos jogadores que enfrento. Atualmente, entre as modalidades de HORSE estou estudando, tenho muito carinho pelo Stud Hi/Lo. 
 
AM: Felipe, obrigado pela entrevista. Deixo aqui um espaço para você mandar um recado para os leitores da Card Player Brasil.

FM:
Gostaria de agradecer à Card Player Brasil, especialmente a você Murta, pela oportunidade, e aproveito para agradecer também a todos que me ajudaram e me ensinaram muito no começo da minha trajetória no poker. Sem essa turma eu não teria o mesmo sucesso.

Apesar dos bons resultados que obtive neste semestre, espero poder voltar aqui daqui a alguns meses com boas notícias, tendo conseguido alcançar uma evolução significativa no meu jogo. Continuarei estudando muito, com a certeza de que é preciso aprender cada vez mais para se manter num nível competitivo para desafiar os melhores.

Um Grande Abraço! Mojave




NESTA EDIÇÃO



A CardPlayer Brasil™ é um produto da Raise Editora. © 2007-2024. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.

Lançada em Julho de 2007, a Card Player Brasil reúne o melhor conteúdo das edições Americana e Européia. Matérias exclusivas sobre o poker no Brasil e na América Latina, time de colunistas nacionais composto pelos jogadores mais renomados do Brasil. A revista é voltada para pessoas conectadas às mais modernas tendências mundiais de comportamento e consumo.


contato@cardplayer.com.br
31 3225-2123
LEIA TAMBÉM!×