EDIÇÃO 42 » COLUNA NACIONAL

Projeções para o novo ano no poker

Portabilidade, evolução dos fields e nova postura de jogo


Christian Kruel

Como de costume, todo início de ano nós fazemos reflexões sobre o que aconteceu nos últimos doze meses. É quando revemos os erros e os acertos a fim de antecipar algumas situações interessantes que poderão ser exploradas no futuro.

No poker online, pouca coisa mudou em termos de jogo, estratégias, softwares e poker rooms. Acredito que 2011 será um ano de mudanças nesse sentido. Com a enorme popularização das redes sociais, a internet passou a contar com várias sub-redes. As vedetes do momento? Twitter e Facebook, claro.

O Full Tilt Poker já percebeu isso e lançou seu canal no Twitter. Penso que o próximo passo deve ser o Facebook, cuja plataforma disponibiliza um canal para games. O lançamento de um software de poker num canal desses deve ser muito interessante para as grandes salas de poker, principalmente pela possibilidade de o programa ser rodado diretamente no navegador, sem depender de um sistema operacional específico.

Outro ponto a se pensar é o avanço dos dispositivos móveis – smartphones, tablets etc. Muitas pessoas acessarão a rede apenas usando esses dispositivos. É preciso pensar nisso também, criando um software compatível com essas plataformas e que tenha boa usabilidade. A integração das plataformas Windows, Facebook e móvel será um enorme ganho para o poker.

Falando especificamente do meu jogo, passei o ano numa gangorra. Definitivamente, esse foi o ano com maior número de “traves” na minha vida, em especial no Full Tilt. (No Poker Stars, tive um ano bem positivo em torneios multi-table, incluindo uma mesa final no Sunday Million). Meu saldo em torneios no Full Tilt me deu uma desanimada, o que refletiu nesse primeiro momento numa nova postura. Resolvi fazer um maior volume de jogo online no Full Tilt para equilibrar as traves dos torneios.

Outro ponto a se comentar é que os fields estão muito mais complicados. É difícil analisar os motivos sem fazer uma pesquisa mais detalhada, mas eu tenho algumas suspeitas. A primeira delas é o grande volume de informações sobre o jogo disponibilizadas na internet, desde artigos até livros em PDF. A segunda é que esse material é muito parecido e ensina as pessoas a jogar mais ou menos do mesmo jeito, criando um padrão. Quem fica dentro desse padrão tende a levar vantagem sobre quem fica fora, mas a partir do momento em que um grande número de pessoas joga da mesma forma, a margem de lucro e o edge sobre os oponentes diminui bastante.

A quantidade maciça de informação acabou por limitar a criatividade do jogador, que em vez de pensar nos casos de dúvida, recorre ao livro, ao artigo ou ao fórum para descobrir a resposta “padrão”. A minha dica aqui é sempre prestar atenção na estratégia “padrão” e saber pensar numa maneira de tirar proveito dela. Não deixe de trabalhar a criatividade por medo de sair de um esquema pré-determinado. Pense mais e pergunte menos.

O motivo final desse endurecimento nos fields, suspeito eu, pode ser essa onda de sistemas de cotas que foram muito populares aqui no Brasil em 2010, e que também ocorrem em todo o mundo. Basicamente, o jogador “fraco” tem a oportunidade de “investir” seu dinheiro em um jogador mais “forte”. Isso, obviamente, aumenta o número de jogadores fortes e diminui o de jogadores fracos no field. É uma questão de lógica.

Mas o ano passado também marcou uma conquista muito importante na minha carreira, que foi o título em um grande torneio ao vivo que eu vinha buscando. E por pouco a alegria não foi dobrada! O título veio em casa, no BSOP do Rio de Janeiro. A etapa teve um field cheio e o heads-up foi muito difícil e demorado. Tive que jogar meu poker A+. E não poderia ter sido diferente, uma vez que toda a minha família e os meus amigos estavam presentes para me dar aquela força. Esse título foi realmente muito importante para mim.
Outro momento marcante foi a participação na primeira Copa do Mundo de Poker por países, torneio em que representamos o Brasil e enfrentamos times como China, EUA, Israel e Grécia – todos com feras do primeiro escalão do poker mundial. Nós nos classificamos para a final, chegamos ao heads-up decisivo, estávamos para fechar a partida, mas acabamos esbarrando na muralha chinesa. Ficamos com o vice-campeonato. De qualquer forma, fomos bastante elogiados e levamos o poker brasileiro a um nível ainda mais alto.

O final do ano marcou também a renovação do meu contrato com o Full Tilt. A partir disso, como eu já disse, passei a adotar uma nova rotina no site, menos estressante e que me leve a aproveitar melhor o contrato e suas possibilidades.

Por fim, estou iniciando um projeto de coaching que pretendo aprimorar ao longo desse ano. O primeiro passo vai ser mudar a cara do meu site pessoal. Espero contar mais novidades boas em breve!




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