EDIÇÃO 27 » COMENTÁRIOS E PERSONALIDADES

De Bate-Pronto


Sérgio Prado

Na coluna do mês passado, que escrevi antes de embarcar para Bariloche, falei que o Brasil era o grande favorito para levar a taça da Americas Cup Of Poker. Não deu outra! Parabéns para o time brasileiro, capitaneado pelo Alexandre Gomes. Mas como o assunto já foi tema de uma matéria aqui na revista, vou focar a coluna em outros assuntos... Vamos a eles!

Como é bom estar no “November Nine”
Já fiz o “mea culpa” na edição passada. Essa turma do “November Nine” está me fazendo engolir as palavras! Depois do segundo lugar de Kevin Schaffel no WPT Legends Of Poker, agora foi a vez de Antoine Saout e James Akenhead surpreenderem, chegando na mesa final da versão européia da World Series Of Poker. Akenhead terminou na nona colocação e Saout ficou com o sétimo lugar.

Isso mostra uma coisa: é muito bom fazer parte do “November Nine”! Além da razão óbvia (ser um milionário), os jogadores que já possuem um lugar reservado na final de novembro em Las Vegas podem jogar os torneios até lá sem muito peso nas costas. E como bem sabemos, jogar sem pressão faz toda a diferença...

Barry Shulman e Daniel Negreanu fazem história

Como se não bastasse a presença dos dois finalistas de novembro, a mesa final da WSOP Europe 2009 entrou para a história por outros motivos. Depois de um heads-up mais do que emocionante, com direito a uma mão que foi mencionada e discutida por toda a imprensa especializada, Barry Shulman venceu o torneio no mesmo ano em que seu filho vai fazer a mesa final em Las Vegas. Fato inédito.

E Daniel Negreanu, mesmo perdendo o heads-up de forma dolorosa, bateu um recorde importante: ele agora é o maior vencedor da história em torneios de poker, somando ganhos de mais de doze milhões de dólares na carreira. Fato que merece comemoração, não só pela consagração de Negreanu (que merece) mas por ter desbancado Jamie Gold (que não merece) da primeira posição!

Ainda não é a mesma coisa...
Posso estar ficando louco, mas mesmo depois das conquistas de Annette Obrestad (quebrando vários recordes), de John Juanda (em um heads-up que demorou quase dez horas) e de Barry Shulman, ainda não sinto que a versão européia da WSOP tenha o mesmo peso e importância da versão tradicional...
Será que um dia eu vou mudar de idéia? Tomara...

As chegadas de Phil Hellmuth
Eu sempre fui um defensor ferrenho de Phil Hellmuth. Sua qualidade no poker é indiscutível. Quando ele começou a inventar moda, chegando de maneira “diferenciada” nos grandes torneios, achei até divertido. Mas confesso que agora acho que ele está perdendo a mão...

Chegar vestido de piloto de automobilismo? Ok... Vestido de oficial da segunda guerra? Ficou esquisito... Mas as entradas como imperador romano, nos eventos principais das duas World Series, foram simplesmente ridículas! Claro, tudo isso funciona como marketing. Mas acho que tira um pouco o foco do lado sério da competição, atraindo a atenção da mídia não especializada para uma encenação totalmente bizarra em vez de manter o foco na disputa propriamente dita.

Na televisão é complicado
Nesse último mês, fiz os comentários dos programas do Main Event na ESPN, por causa das viagens do André Akkari, o comentarista oficial. E como já disse em outras oportunidades, fica claro uma coisa: é muito difícil comentar poker na televisão!

Um torneio com 6.500 jogadores, com mais de dez dias de duração, rende “apenas” alguns programas na TV. Claro, são exibidas apenas as mãos mais interessantes para o formato televisivo, aquelas que atraem a atenção dos fãs mais malucos e dos leigos que estão zapeando naquele momento. Essa edição é necessária, mas torna difícil para quem está de fora ter uma idéia precisa do torneio. Por enquanto, o poker na TV serve apenas como entretenimento, pois é impossível mostrar a realidade de um grande torneio com as restrições do formato.




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