EDIÇÃO 26 » ESPECIAIS

A Conquista da América

Com paciência, suor e certa dose de malandragem, brasileiros superam a “catimba latina” e sagram-se campeões da primeira Copa América de Poker


Amúlio Murta

Apesar de toda individualidade de sua prática, o poker, já há algum tempo, tem mostrado que também funciona como disputa coletiva.  Os torneios por equipes são uma nova e diferente forma de prática, que exige novas táticas e técnicas. Para se vencer um torneio por equipes, não basta possuir os melhores jogadores. Tal resultado vem da soma de vários fatores, como a união e a estratégia utilizada. Esse tipo de disputa vem ganhando o mundo e agradando cada vez mais e mais jogadores. O sucesso já foi comprovado em outros eventos, como a World Cup of Poker, organizada pelo PokerStars no ano passado, e muitos outros.

A Copa América
Para a Americas Cup of Poker, o PokerStars levou até Bariloche 48 jogadores representando oito países do continente. Cada equipe era composta por cinco jogadores, que garantiram a vaga jogando online. Além disso, cada time contou com um reforço de peso. Alguns dos maiores nomes do Texas Hold’em da atualidade foram escolhidos para representar seu país e liderar a sua equipe. Nomes como Humberto Brenes, os dois finalistas do Main Event da WSOP Dennis Phillips e Darus Suharto, e também o mexicano Angel Guillen, que brilhou na World Series deste ano, tendo conquistado seu primeiro bracelete.

Completando esta lista de craques, para o Brasil, o nome escolhido foi o de Alexandre Gomes. Após sua última e histórica conquista no Bellagio, coube a Alê a responsabilidade de liderar a equipe brasileira na disputa pelo título de Campeão das Américas.

“Dever de casa”
Com o final do inverno se aproximando, Bariloche não poderia estar mais apropriada para um torneio de poker. A festa de abertura do evento foi o momento em que os jogadores tiveram a oportunidade de se encontrar pela primeira vez. O principal assunto da noite eram as estratégias que seriam adotadas e o perfil dos oponentes de cada país.

A maioria dos jogadores embarcou para a Argentina com o dever de casa feito. Todos já conheciam bem o perfil de seus oponentes graças a sites como o SharkScope e o Oficial Poker Rankings. Em conversas durante a festa, o Brasil era apontado como um dos favoritos, ao lado dos Estados Unidos e do Canadá. Parte desse favoritismo era realmente justificado.

A Seleção Brasileira
Os outros cinco integrantes do time verde e amarelo tiveram que superar uma intensa maratona que incluía três torneios diários, disputados durante 21 dias. Os cinco melhores classificados, ao longo de toda a disputa, garantiram presença na grande final na Argentina.

Além de Alexandre Gomes, a equipe brasileira contou com outro profissional experiente, João Studart, ou simplesmente “vovô_Leo”. Vovô é um conhecido jogador de Recife, Pernambuco, que já obteve grandes resultados no país, tendo sido campeão do 1º Torneio da Confederação Brasileira de Texas Hold’em, realizado ano passado no Rio de janeiro. Especialista em torneios com grande field, ele figura atualmente na 4ª posição da corrida pelo título de jogador do ano da CardPlayer Brasil.

Thiago Pessotti Netto joga profissionalmente com o nick “GuitosBR”. Ele é de Vila Velha, Espírito Santo, e joga poker há dois anos. Apaixonado por torneios MTT e heads up, mostrou-se especialista nesta última modalidade. Fez várias vítimas durante a ACP, dentre eles Humberto Brenes e o finalista do Main Event 2009 Darus Suharto.

Outro representante brasileiro que também está na disputa no ranking da CardPlayer Brasil é o gaúcho Cristiano Scherer. Ele conquistou recentemente o Quarter of Million do PokerStars, um torneio com um field acima de 26 mil jogadores. Ele está na 6ª colocação da corrida pelo título de melhor jogador do ano e, com essa vitória, teve a chance de jogar um heads up de 1K contra uma estrela do PokerStars Team Pro, o francês Bertrand “Elky” Grospellier.  Cristiano, que joga como “CWS33”, não desperdiçou a oportunidade e levou mais esse resultado para casa.

A cidade de Campina Grande, Paraíba, também teve seu representante na Argentina. Ed Angelis Ribeiro, ou "psy De_Ange’, foi o 5º brasileiro a obter sua classificação e, por muito pouco, não ficou de fora da disputa. Ele joga profissionalmente há aproximadamente dois anos. Sua especialidade são os torneios SnG de 45 jogadores. Ele chegou a Bariloche com apenas 20 pontos à frente do sexto colocado.

O quinto representante brasileiro na disputa vem da pequena Taguaí, no interior de São Paulo. Fernando Geraldo Macedo é mais conhecido nas mesas do PokerStars como "FERNANDO_GM". Ele adiou uma cirurgia para poder estar na disputa em Bariloche. Ex-dono de padaria, ele deixou os negócios para viver do poker, há cerca de três anos. Fernando é jogador de MTT e SnG.

Primeiros traços de rivalidade
Se em torneios por equipes as rivalidades se acentuam, nos eventos continentais nem se fala. Com o sentimento nacional aflorado, a disputa ganha um adicional extra de emoção. Essa rivalidade começou a aparecer logo na coletiva de apresentação das equipes, no primeiro dia da disputa.

Com os jogos das eliminatórias para a Copa do Mundo de futebol marcados para o próximo final de semana, as brincadeiras e provocações foram inevitáveis. Quando perguntado sobre qual equipe gostaria de derrotar na final e sobre um palpite para o jogo de futebol do sábado seguinte, o argentino Leo Fernandez não hesitou em apontar o Brasil como o oponente de seus sonhos e, sobre o futebol, afirmou que a Argentina venceria com facilidade os brasileiros.  Alexandre Gomes, obviamente, retribuiu a gentileza.

Assim como brasileiros e argentinos, as rivalidades regionais ficaram evidentes entre costarriquenhos, mexicanos, canadenses e americanos.

Regulamento
O regulamento do primeiro dia previa uma disputa em forma de seis torneios Sit-n-Go. Em cada mesa, oito representantes, um de cada país, liderados por um cabeça de chave (Capitão).

Com um sistema de pontuação simples, cada posição final alcançada nos SnG, receberia uma determinada quantidade de pontos, da seguinte forma:

1º Colocação – 12 pontos
2º Colocação – 8 pontos
3º Colocação – 6 pontos
4º Colocação – 4 pontos
5º Colocação – 3 pontos
6º Colocação – 2 pontos
7º Colocação – 1 ponto
8º Colocação – 0 pontos

Os três países com melhor classificação, de acordo com a soma total da pontuação obtida, garantiriam vaga para disputar a final no dia seguinte. A 4ª vaga saiu após a disputa de uma repescagem entre o 4º e o 5º colocado do dia.

Ficha no Pano
Com 10 mil fichas iniciais e blinds subindo a cada vinte minutos, iniciando em 25/50, a estrutura, embora acelerada, permitiu um jogo mais estudado nos primeiros níveis. O torneio começou com ligeiro atraso, por volta das 13 horas. O primeiro eliminado foi o argentino Gaston Catzman. Algum tempo depois, o primeiro capitão a deixar a disputa foi o americano Dennis Phillips.

Começo ruim para o Brasil
O Começo do dia não foi bom para o Brasil. No início do 7º nível, Vovô Leo se despediu da disputa na 7ª colocação, somando apenas um ponto. Para piorar, quase que em seguida, perdemos nosso capitão Alexandre Gomes. Alê caiu na 8ª posição e não somou pontos. Com menos de duas horas de disputa, havíamos perdido nossos dois jogadores mais experientes.

Começa a arrancada
Ed Angelis somou os primeiros pontos brasileiros da tarde. Ele garantiu 6 pontos preciosos com a 3ª colocação em sua mesa. Com apenas três jogadores na disputa e 7 pontos somados, parecia que o Brasil não conseguiria sua classificação. Mas a reação brasileira começou com o 4º lugar obtido por Fernando Macedo na feature table. Ele somou mais 4 pontos, que  mantiveram as esperanças brasileiras. Quase que de forma simultânea, Cristiano Scherer conseguiu eliminar dois adversários de uma só vez e assumiu a liderança em fichas na sua mesa. Pouco tempo depois, ele iria jogar contra o argentino Leo Fernandez o heads up decisivo da mesa.

Com 11 pontos totalizados e dois jogadores ainda na disputa, o panorama do torneio começou a mudar para o Brasil. O jogador de Vila Velha Thiago Pessotti, que viu seu stack chegar a 2 mil fichas  quando os blinds estavam em 600/1200, conseguiu uma espetacular sequência de double ups, até, finalmente, chegar ao heads up contra o Team Pro canadense Darus Suharto. Thiago fechou a disputa com A 8 contra K 2 do canadense. Com os pontos obtidos por Pessotti e Cristiano, o Brasil se garantiu entre os três melhores do dia, independentemente da posição em que Cristiano terminasse o HU.


Brasil x Argentina – Parte 1
Com mais de duas horas de duração, o heads up disputado entre Leo Fernandez e Cristiano Scherer foi marcado pela “catimba” argentina. Sabendo que somente a vitória serviria para garantir seu país na repescagem, Leo Fernandez procurou segurar o jogo e demorou, de forma exagerada, para tomar suas decisões: tudo para tentar desestabilizar o brasileiro. Mostrando extrema paciência, Cristiano não entrou no esquema armado pelo argentino e, aos poucos, foi acumulando a maior quantidade de fichas.

Na medida em que via o seu monte de fichas diminuir, Leo Fernandez ficava mais nervoso e impaciente. Todos que acompanhavam a mesa sabiam que o momento do último tango se aproximava, até que ele empurrou todas as suas fichas para o centro da mesa e recebeu o call. Ele apresentou A 8 e Cristiano A Q. Por sorte do argentino, o bordo trouxe 5 4 2 5 3. Com a mão empatada, ele sobreviveu no jogo. A partir daí, Cristiano preferiu evitar o desgaste desnecessário em um heads up que já durava mais de duas horas e não mudaria muita coisa para o Brasil. Ele optou por recolher o braço. Leo conseguiu dobrar duas vezes e acabou vencendo o HU. A Argentina, então, foi para a repescagem contra o Chile.

Ao final do dia, Canadá, Costa Rica, Brasil e Argentina, que venceu a repescagem, seguiram na disputa. A decepção do dia ficou por conta da equipe norte-americana. Favorita antes do início da disputa, acabou eliminada precocemente ainda no dia 1.

Dia 2
O cruzamento dos classificados determinou os confrontos das semifinais. O Canadá enfrentou a Argentina (1º e 4º colocados, respectivamente) e Costa Rica enfrentou o Brasil (2º e 3º colocados, respectivamente). Os seis jogadores de cada equipe se enfrentaram em heads up e, para se classificar, seria necessário chegar a quatro vitórias. Em caso de empate, os capitães se enfrentariam para definir o finalista.

Nas semifinais, o stack inicial era de 20 mil fichas e os blinds começavam em 50/100.

Canadá x Argentina
Na primeira disputa do dia, a Argentina começou implacável e abriu 2 a zero sobre o Canadá, mas não conseguiu fechar a série, que terminou empatada em 3 a 3. A decisão da vaga ficou para o duelo entre os capitães Leo Fernandez e Darus Suharto, que ocorreu simultaneamente à segunda semifinal.

Brasil x Costa Rica
A expectativa era de que o Brasil não enfrentasse muitas dificuldades contra a Costa Rica. Mesmo com os costarriquenhos tendo conseguido a classificação em melhor posição que a brasileira, em uma análise fria o time verde amarelo era amplamente favorito.

Isso se confirmou e, ao fim do segundo intervalo, estávamos em vantagem em 5 das 6 mesas da disputa. Na única mesa em que não estávamos em vantagem, o jogo estava praticamente empatado.


Brasil abre vantagem
Thiago Pessotti fez a sua segunda vítima na disputa. Desta vez Humberto Brenes não resistiu ao jogo do brasileiro, que abriu um a zero na contagem. A essa altura, Leo Fernandez com A 4 eliminou Darus Suharto com Q Q. Um A no river colocou a Argentina nas finais da Copa América.

Confirmando o favoritismo brasileiro, Vovô Leo fechou a disputa com T T contra 5 7 de Miguel Solano. O flop trouxe um 5 e um 7, mas, junto com eles, veio também um T que recolocou o jogador de Recife à frente:  Brasil dois a zero.

Toninho Cerezo
Um torneio por equipes envolve diferentes estratégias. Uma história curiosa, comentada nos bastidores do torneio, era a de que Humberto Brenes havia escalado Minor Blanco para enfrentar Alex Gomes, por ele ser o jogador mais fraco da Costa Rica. Desta forma, Humberto estaria queimando o seu pior jogador com o melhor brasileiro. Se essa história é realmente verdade não se sabe, porém, o nível técnico de Minor, apelidado de Toninho Cerezo pelos brasileiros, realmente foi um dos piores exibidos durante a Copa América.

Mas se engana quem pensa que a disputa foi fácil para o nosso campeão. Alex foi duramente castigado pelo baralho e chegou a ter seu stack reduzido a 1/5 das fichas em jogo, sempre perdendo mãos em que era franco favorito.

Com a vantagem em fichas, o até então calado Minor, sentindo a possibilidade de vencer o nosso campeão e amparado pela barulhenta torcida costarriquenha, mudou sua atitude na mesa. Ficou falante, passou a se levantar, a balançar a bandeira da Costa Rica e a provocar Gomes. Felizmente, o talento prevaleceu diante da sorte e Alex conseguiu reverter o quadro, fechando a disputa e abrindo 3 a zero para o Brasil. GG Cerezo!

Drama  
Quando tudo caminhava para um desfecho tranquilo para o time brasileiro, a disputa ganhou contornos de drama. Poucas vezes na minha vida eu tive a oportunidade de presenciar tantos suck outs em um mesmo evento. Diante disso, os brasileiros, que haviam conseguido construir uma boa vantagem, viram os costarriquenhos recuperarem todas as fichas perdidas ao longo da tarde e, em alguns casos, até virar o jogo. Nossa primeira derrota veio com Ed Angelis, que perdeu seu confronto contra Martin Arias. Fernando Macedo também não conseguiu superar o duríssimo Alfredo Vaz, jogador a quem Humberto Brenes apelidou de “Obama”. O jogo ficou 3 a 2.

Torcidas
Se os traços de rivalidade haviam se restringido, no primeiro dia, à entrevista coletiva, no segundo, com a disputa em heads up, eles apareceram com força total. Com 3 a 2 na disputa, todas as atenções no salão estavam voltadas para o jogo entre Cristiano Scherer e Marco Chinchilla.

As duas vitórias da Costa Rica provocaram um frenesi no salão. Quem já teve a oportunidade de acompanhar a torcida costarriquenha sabe que eles estão entre os que mais vibram e torcem no mundo. Comandados pelas brincadeiras de Brenes, isso se tornou uma arma para desestabilizar os adversários, e os brasileiros sentiram o baque.

Com o clima cada vez mais tenso e com pequena vantagem na contagem, Cristiano perdeu um coin flip com J J para A K. Com poucas fichas restantes, ele ainda conseguiu dobrar suas fichas com uma quadra de 6. Mas isso não foi suficiente. Poucas mãos depois, a disputa estava empatada em 3 a 3.

Brenes x Gomes
A segunda vaga para a final veio em um heads up de desempate. Dessa vez, os dois profissionais do PokerStars, Humberto Brenes e Alexandre Gomes,  enfrentaram-se  para ver qual dos dois países pegaria a Argentina na final das Américas.

Em uma disputa bastante equilibrada de aproximadamente duas horas, o HU foi decidido a favor do Brasil. Na mão decisiva, Alê foi all-in com dois pares no turn, e recebeu call de Humberto, com top pair.

Brasil x Argentina – Parte 2
Som os desejos de brasileiros e argentinos atendidos, a final dos sonhos estava prestes a começar. O regulamento foi basicamente o mesmo usado nas semifinais, com uma particularidade: apenas três jogadores poderiam disputar as finais. Os brasileiros foram escolhidos em uma votação feita pelos membros do time. Alexandre Gomes, Thiago Pessotti e Vovô Léo enfrentaram Mariano Bogliotti, Gaston Katzman e Leo Fernandez, respectivamente.

Clima tenso no salão
Após um ligeiro momento de descontração, com a entrada dos times no salão e os tradicionais apertos de mão, a torcida argentina cantou em uma só voz uma música local, mais ouvida em estádios de futebol.  Isso marcou o momento em que os sorrisos desapareceram do rosto dos jogadores. A partir daí foi guerra.

Os primeiros momentos da disputa foram marcados pelo compasso do silêncio. Com o orgulho nacional em jogo, os jogadores sentiram a responsabilidade e a tensão tomarem conta do salão. Na mesa em que Leo Fernandez enfrentava Vovô Leo, o clima estava mais carregado. Em um jogo de nervos, cada um a sua maneira tentava irritar e desestabilizar o adversário. Em uma dessas atitudes, o arrogante e presunçoso argentino chegou a atirar suas cartas no jogador brasileiro.

Brasil 1 x 0 Argentina
Com a tranqüilidade característica de seu jogo, Alex Gomes não teve dificuldade em marcar o primeiro ponto para o Brasil. Com cerca de 1 hora e vinte minutos decorridos desde o início da final, ele fechou seu heads up com um straight.

O ponto somado por Alê não trouxe o alívio necessário para os brasileiros. Com cerca de duas horas de disputa, a Argentina estava na frente do chip count com 2/3 das fichas em ambas as mesas.

A última arrancada brasileira veio após o intervalo, tendo início com o call de Vovô Leo com A K contra 9 7 de Fernandez. Um 9 assustou os brasileiros, mas o A no river deu a vitória da mão para Vovô. Duas mãos depois, com 6 6, Vovô foi all-in e recebeu o call de Leo com 5 5. O bordo, caprichosamente, trouxe outros dois 6, montando a segunda quadra de 6 para o Brasil na disputa e colocando Vovô ligeiramente à frente na contagem.

Canadá, 3° Colocado
A essa altura, o Canadá, primeiro classificado do dia 1, fechou a decisão do 3° lugar contra a Costa Rica e levou a 3ª colocação.

Brasil, Campeão da América
Pouco tempo depois da arrancada de Vovô Leo, Pessotti, short stack na mesa 2,  também conseguiu dobrar e, aos poucos, voltou a dominar a mesa. Ele já estava à frente na contagem e vinha desenhando sua 3ª vitória em HU, com 30 mil fichas contra 10 mil do argentino, quando Vovô Leo liquidou a fatura.

Na última mão da Copa América, Vovô foi all-in com K8 e Leo Fernandez pagou com A9. Um rei no flop colocou o Brasil na frente e o bordo não trouxe alterações. Fim de disputa.
 
Eu sou brasileiro, com muito orgulho com muito amor!
O silêncio tomou conta do salão. Exceto por seis brasileiros que, abraçados, cantavam a plenos pulmões: “EU SOU BRASILEIRO, COM MUITO ORGULHO, COM MUITO AMOR!” Aos poucos, os argentinos foram se recuperando do golpe. As palmas foram surgindo tímidas, acompanhadas de um sorriso amarelo. Em entrevista à ESPN, Vovô Leo profetizou: “Hoje foi barba. Sábado faremos cabelo e bigode!” (Referindo-se ao duelo pelas eliminatórias da Copa do Mundo de futebol).

O time
Como foi dito no início deste texto, para se vencer um torneio por equipes, não basta possuir os melhores jogadores. Para se vencer um torneio assim é preciso de união, é preciso saber trabalhar em conjunto, priorizar o grupo, os objetivos e ser um time de verdade.

O Brasil foi campeão da América porque apresentou o melhor desse conjunto de fatores. Como uma máquina, em que todas as peças são fundamentais, nós constituímos, durante toda a Copa, os fatores necessários para o triunfo. No dia 1, quando perdemos nossos jogadores mais experientes, lá estavam Ed Angelis, Fernando Macedo e Cristiano Scherer garantindo os pontos preciosos que nos colocaram nas semifinais. Thiago Pessotti brilhou individualmente e conseguiu ser Campeão da América sem experimentar o sabor da derrota. Vovô Leo e Alexandre Gomes não apareceram no primeiro dia, mas, no momento de decisão, foram fundamentais para essa conquista inédita.

Para finalizar, parafraseando o narrador Galvão Bueno: ganhar é bom, mas ganhar da Argentina, na Argentina, é muito melhor! Parabéns a todos os jogadores de nosso time. O Brasil é Campeão da América!

Ficha Técnica:

Americas Cup of Poker
Local: Hotel Panamericano, Bariloche, Argentina
Datas: 2 e 3 de setembro
Estoque Inicial: 10 mil fichas SnG
20 mil fichas HU
Forma de disputa: SnG e HU
Blinds: 20 minutos 
Field: 48 jogadores
ITM: Por equipes do 1º ao 4º
Site: PokerStars.net




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