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Hélio Neves - O mais novo embaixador do Poker Brasileiro


Marcelo Souza

Hélio Neves é um dos principais nomes do poker brasileiro. Mesmo desconhecido por uma parte do grande público, entre seus colegas de profissão, Hélio é extremamente respeitado, principalmente por ser um dos jogadores mais vencedores do Brasil em jogos de head-up. 

Fundador do extinto time Copo de Neve, ele se tornou sócio do Samba Team, juntando sua mente afiada com as de Kelvin Kerber, Fabiano Kovalski e Guilherme Cheveau. 

Agora, a regularidade do baiano de 26 anos, nos feltros ao vivo e virtuais, lhe renderam mais uma oportunidade dentro do poker. Hélio acaba de se torna o embaixador do PPI Poker, um novo site que traz uma proposta diferente para jogadores.

Em entrevista exclusiva à Card Player, o campeão do Super High Roller do WSOP Circuit Brasil falou sobre seu novo momento dentro do poker.


Marcelo Souza: Como surgiu o convite para integrar o time de profissionais do PPI Poker?

Hélio Neves: No ano passado, eu consegui vários resultados de expressão a nível mundial. Venci o TCOOP, consegui um anel do WSOP Circuit, assumi a liderança do ranking brasileiro no Pocket Fives quando o João Simão e João Mathias estavam distraídos (risos) e tive muito sucesso com o meu ex-time, o Copo de Neve. Tivemos muito sucesso, bem mais que imaginávamos. No final do ano, ainde me juntei ao Samba Team, o que deu mais evidência. Isso chamou a atenção do Casey “bigdogpckt5s“ Jarzabek, que é dono do site e muito conhecido no poker americano. Como eles são um site de jogador para jogador, acredito que acharam que meu perfil se encaixava, então abracei a ideia.


MS: O que você poderia nos falar sobre o PPI Poker?

HN: Os caras já chegaram investindo em um time de embaixadores de diversos países: o próprio Casey Jarzabek, a russa Darya Krashennikova, o canadense Mike Leah, o português Pedro Oliveira e o canadense Danny Noseworthy. Sobre o software, nós temos uma grade de torneios com mais US$ 100 mil garantidos, diariamente, sendo que muitos estão dando overlay, já que o site ainda é pouco conhecido. Mas os torneios estão muito bons. Eles investindo bastante em inovações e buscam trazer várias propostas inovadoras, com jogos e recursos diferentes. Os torneios de bounties, por exemplo, você já ganhando os seus bounties após o estouro da bolha. Os cash games não têm limite máximo de buy-in, há também jogos que você só pode jogar de all-in. Oferecemos também o “rabbit hunting”, ou seja, quando você dá fold, você pode ver a carta que seria virada. E um dos recursos mais legais é a compra de ação. Você pode abrir sua “cavalada” no lobby do site. Tenho certeza que é um site que veio para ficar. 


MS: Agora, falando um pouco de você. Você ficou famoso principalmente por jogar heads-up (HU). É justa sua fama na modalidade?

HN: Bem, eu comecei a jogar poker no início de 2008 e eu jogava em todos os tipos de jogos baratos. Em tudo, eu conseguia ganhar alguma coisa, mas mixaria. O primeiro resultado grande que tive foi no SCOOP, um torneio de HU com mais de 16 mil jogadores. Fiquei em quinto e ganhei um prêmio grande. Por causa do resultado, eu pensei que sabia jogar HU e fui para os cash games. Lá, ganhei muita experiência nas mesas de $0,25/$0,50. No final de 2009, migrei para o os SNGs de HU. No primeiro dia, ganhei uns 20 buy-ins e aí, logicamente, eu gostei do jogo. Para minha sorte, naquela época, os jogos eram bem fáceis e eu podia criar essa ilusão de que sabia jogar (risos). Com o tempo, fui melhorando cada vez mais. Até 2014, eu jogava praticamente só HU. Torneios, apenas aos domingos e nas séries. Joguei mais de 150.000 SNGs de HU, mais de 5 milhões de mãos, e meus resultados foram muito bons. Mas a partir de 2014 os jogos foram morrendo. Eu jogava turbo, mas tive que mudar para o hyper-turbo, que ficou pior com os spins e com o aumento do rake do PokerStars. Com isso, cheguei à conclusão que era melhor focar nos torneios.


MS: Nessa nova fase de torneio, você fundou o Copo de Neve e, agora, se junta ao Samba como sócio. O que você acrescenta ao time?

HN: Acho que a gente já tem grandes jogadores no comando, mas isso não é a grande vantagem. O que a gente tem de melhor é a diversidade. As qualidades que eu tenho são diferentes das do Kelvin, do Cheveau e do Kovalski. Cada um tem conhecimentos diferentes. Eu tenho bastante conhecimento sobre HUs, softwares e matemática do jogo. O Kovalski sabe muito de SNGs e estruturas hyper-turbo. O Cheveau tem muito conhecimento de turbos e do Sunday Million. E o Kelvin, bem, o Kelvin é o rei dos torneios (risos). Chegando ao time, vi logo que tem muita coisa que pensamos totalmente diferente, mas isso é uma coisa bastante positiva. Eu sei que a minha maneira acrescenta algo no jogo dele e vice-versa. Acho que o nosso potencial de crescimento é infinito. Cada um domina sua área.


MS: Você falou que tem grande conhecimentos sobre softwares. Dá para vencer sem eles? 

HN: Tudo é possível, se quem não usa está em desvantagem? Muitos conseguem algum tipo de sucesso no poker só no talento, sem usar esses recursos, mas se usassem estariam muito além. Assim como tem gente que não tem nenhum talento, mas com esforço e com estudo consegue chegar a um nível bom, principalmente por causa de estudo e desses recursos. 


MS: Como o mais novo embaixador do poker brasileiro, quais os seus planos para o poker em 2017?

HN: Não sou muito de traçar metas especificas. Eu simplesmente busco fazer o meu melhor sempre. No ao vivo, eu procuro sempre disputar grandes torneios na América Latina no primeiro semestre. No segundo semestre, devo ir para Europa jogar algo. No online, o objetivo é ir bem nos domingos e nas séries. Neste ano, quem sabe não vem a tríplice coroa dos “coops”. Já cheguei muito perto. Eu tenho um título no TCOOP, um vice no SCOOP e um sexto no WCOOP. Se não vier este ano é um plano a longo prazo. É uma conquista que eu busco muito. Além disso, quero ajudar bastante no desenvolvimento do Samba. É sempre bom você ver os seus alunos se dando bem, ganhando torneios grandes. E, por fim, ajudar no crescimento do PPI no Brasil.




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