EDIÇÃO 110 » MISCELÂNEA

Quando eu era um donkey - David Baker


Equipe Card Player

Nesta seção, a Card Player pede a alguns dos melhores jogadores do mundo que relembrem como foi o começo no poker e como eles superaram suas deficiências e falhas para se tornarem os profissionais que são hoje.


David Baker é uma das figuras mais respeitadas do circuito mundial desde que fez a sua primeira mesa final no World Poker Tour (WPT) em 2006. Com 44 anos, ele aprendeu a jogar poker na faculdade, mas levou tempo até que ele percebesse o verdadeiro chamado da profissão. 

Ele ganhou seu primeiro bracelete da World Series of Poker em 2012, em um evento de US$ 2.500 de 8-game. O resultado lhe rendeu US$ 271.312. Dois anos antes, em 2010, ele havia chegado em 17º lugar no Main Event da WSOP e embolsado US$ 396.967. Mas foi no ano passado, em 2015, que ele conquistou o maior resultado da carreira. Ao terminar na 4ª posição do $50,000 Poker Players Championship, Baker recebeu US$ 514.926. Em toda sua carreira, ele já faturou US$ 3,85 milhões. Hoje, ele fala sobre sua primeira experiência ao jogar uma mesa final de um grande torneio.

Em 2006, eu fiz minha primeira mesa de final televisionada. O torneio era o World Poker Tour Festa Al Lago, que estava sendo realizado no Bellagio. Quando estávamos em cinco jogadores, acabei ficando impaciente e empurrando all-in com A-5º do UTG. Eu tinha muitas fichas (12,5 big blinds) para sair empurrando all-in dali. Se fosse hoje, eu provavelmente daria fold ou raise-fold.

A estratégia short-stack mudou muito na última década. As pessoas subestimam o quanto um stack pequeno é importante e o estrago ele pode fazer. Se olharmos pelo ICM, quanto mais fichas você tem, menos elas valem, mas quando se tem poucas fichas, o valor delas aumenta exponencialmente. 

No final, eu acabei sendo pago por uma mão pior e fui eliminado na 5ª posição. Naquela época, eu achei que meu adversário tinha cometido um erro terrível ao me dar call com K-Q, mas analisando hoje, percebo que a maior parte da culpa foi minha. Era uma mão marginal em uma situação que valia muito dinheiro (eu ganhei US$ 125.000; o campeão, mais de US$ 1 milhão). Definitivamente, eu deveria ter esperado uma oportunidade melhor. 

Quando você é pago com uma mão como A-5 são raras as vezes em que estará vencendo. Eu estava, mas ainda assim eu era apenas 60/40 favorito. Arrisquei minha vida no torneio para aumentar meu stack de 12 para 15 bbs.

Quando você não tem vantagem sobre os outros jogadores da mesa, você deve empurrar all-in em mais situações para maximizar sua fold equity. No entanto, se você é melhor do que seus adversários, espere um pouco mais e não se desespere porque está na casa de 10 big blinds.




NESTA EDIÇÃO



A CardPlayer Brasil™ é um produto da Raise Editora. © 2007-2024. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.

Lançada em Julho de 2007, a Card Player Brasil reúne o melhor conteúdo das edições Americana e Européia. Matérias exclusivas sobre o poker no Brasil e na América Latina, time de colunistas nacionais composto pelos jogadores mais renomados do Brasil. A revista é voltada para pessoas conectadas às mais modernas tendências mundiais de comportamento e consumo.


contato@cardplayer.com.br
31 3225-2123
LEIA TAMBÉM!×