EDIÇÃO 104 » COLUNA NACIONAL

Velhas Máximas

O volume e a qualidade de jogo no poker online


Fábio F1oba Maritan
No atual cenário do poker profissional, cada vez mais as vantagens entre os competidores estão atreladas a minúcias, detalhes que, somados, impactam em vantagem competitiva. Gerir adequadamente volume com qualidade de jogo, com certeza, representa um desses diferenciais.
 
Falando mais especificamente de torneios online, uma grande dificuldade de quem está iniciando é conseguir impor um volume adequado. Por restrições físicas e técnicas, considerando que o desenrolar do torneio é composto pelo acúmulo de pequenas decisões, quanto mais torneios em simultâneo, naturalmente, pior é a qualidade das escolhas. Equação chata de balancear, porém uma dose de experiência me permite compartilhar algumas sacadas, uma otimização do que chamamos de “grindar”. 
 
Primeiramente, a quantidade de telas que um jogador consegue administrar é algo subjetivo. Falando em torneios, existem jogadores lucrativos administrando dezesseis telas simultaneamente, assim como outros que não excedem seis. A grande chave é descobrir qual a quantidade máxima de telas que inibe a capacidade de raciocinar sobre cada decisão. Aquele ponto em que o jogador deixa de ser pensante e se torna um mero “clicador de botões” rasgando dinheiro. A boa notícia é que nosso cérebro aprende muito por experiência, logo é preciso exercitá-lo gradualmente para melhorar suas capacidades. 



Gerir a quantidade de telas enquanto joga também é mandatório. Falando por mim, atualmente procuro manter entre nove e doze torneios abertos nos momentos de pico, mas cabem algumas ressalvas. É muito diferente administrar doze telas de torneios em estágio inicial/intermediário e doze telas sendo duas delas mesas finais, por exemplo. A sacada aí está em abdicar de determinados registros (ou mesmo pegar alguns registros tardios), com objetivo de melhorar a qualidade das decisões no momento em que se exige mais: a mesa final. Nesse ponto, cabe também a disciplina de assistir o registro tardio de um bom torneio se exaurir e entender que amanhã tem mais. Quando estou fazendo uma mesa final, por exemplo, dificilmente tenho mais de cinco telas concorrentes.
 
Uma boa métrica para avaliar o dilema entre volume e qualidade é o ROI (return on investment). Também chamado de taxa de retorno, nada mais é do que o retorno percentual (positivo ou negativo) sobre o capital investido. Quanto mais telas em simultâneo, pior tende a ser o ROI e vice-versa. Para entender porque coexistem lucrativamente tanto jogadores volumando insanamente quanto os que optam pela linha de menos telas, além de uma boa base técnica em comum, o ponto é que os jogadores “volumeiros” aceitam um ROI ligeiramente mais baixo e acabam compensando a equação toda no próprio volume. Voltando ao aspecto subjetivo, você deve fazer suas sessões e avaliar o ROI alcançado, com objetivo de encontrar um número ideal.
 
ROI (%) = [(Lucro do Investimento – Custo do Investimento) / Custo do Investimento] * 100
 
No mais, cabe ao bom jogador estar cada vez mais preparado para suportar a infinidade de decisões que jogar um torneio exige. Desse ponto em diante, o caminho é multiplicar esta capacidade para o máximo de telas em simultâneo que conseguir, sem perder qualidade. Um profissional de referência na área pode apresentar atalhos significativos neste sentido. Sucesso nas mesas e até a próxima.


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