EDIÇÃO 10 » COLUNA NACIONAL

Vai começar o show!

É hora da World Series of Poker 2008


André Akkari

Quem curte futebol passa quatro anos esperando pela Copa do Mundo. Os fanáticos por futebol americano passam o ano inteiro aguardando o dia do Super Bowl. Atletas de muitas modalidades treinam e se esforçam ao extremo para conseguir o direito de, a cada quatro anos, disputar os Jogos Olímpicos. Para nós, do mundo do poker, o grande momento chegou: é hora da World Series of Poker, no Rio Cassino, em Las Vegas.

Não há jogador profissional de poker que, por essas horas, não esteja com a cabeça totalmente voltada para a Sin City, almejando conseguir voltar de lá, em meados de julho, com um adereço dourado no braço.
Minha preparação já começou, e, ao longo dessa semana posterior à etapa do Rio de Janeiro do Latin American Poker Tour (LAPT), maior evento de poker que o Brasil já teve, preparei todo meu cronograma entre 5 de junho e 17 de julho. Estarei em Las Vegas, junto com outros brasileiros, disputando eventos, satélites e tudo o mais.

Acredito que este seja o primeiro em que eu realmente esteja indo para jogar de forma totalmente profissional, com diversos eventos agendados e um bankroll adequado para encarar esta maratona.

Meu plano é jogar vários torneios de menor porte, incluindo, além do hold´em, modalidades como stud e HORSE. Serão eventos com fields bem menores e possibilidades de grandes resultados. Provavelmente, não participarei dos eventos de NL Hold´em de 1k, 1,5k e 2k, pois, nos dias em que esses eventos estiverem acontecendo, e se no calendário da WSOP não houver outro, pretendo disputar outras duas séries que tenho certeza de que serão sucesso absoluto nesta temporada: o Deep Stack do Ceasars e o Deep Stack Extravaganza, do Venetian. Tratam-se de duas séries cujos buy-ins giram em torno de U$500,00 e field de 600 pessoas, mas com um stack inicial e estrutura de blinds muito mais interessantes do que os da WSOP de mesmo porte. Para NL Hold´em da World Series, estou pronto para jogar três eventos: 5K six-handed, 1K com rebuys e o 5K freezout, além, claro, do Main Event.

Meu retrospecto muito positivo em Las Vegas me inspira e me motiva demais, fazendo com que minha expectativa para a temporada seja a melhor possível. Sempre voltei de lá no lucro e, em todas as vezes em que fui, consegui mais de uma mesa final e quase sempre fui campeão de algum evento. Aliás, meu retrospecto em torneios live internacionais vem ganhando números cada vez mais expressivos, o que me leva a ter boas esperanças para esta WSOP.

Outro fator primordial para o sucesso dos brasileiros é justamente o número de representantes que estamos levando. Praticamente toda a comunidade de jogadores profissionais e semi-profissionais estão de malas prontas, e o principal, muitos deles estão indo para investir mais de 30 dias nesta viagem, o que aumenta bastante o número de torneios jogados e possibilidades de conquistas. A energia da torcida verde-e-amarela, a troca de informação nos intervalos, tudo isso faz com sejamos uma comunidade muito diferente do resto do mundo: o Brasil é realmente um país muito especial.

Quis dividir com vocês esses meus planos porque sei que são artigos deste tipo que inspiram mais pessoas a se dedicar ao nosso esporte. Textos assim foram produzidos também por grandes nomes do nosso poker, como Raul Oliveira, Christian Kruel, Igor Federal e por aí vai, e é graças a essas palavras de motivação que, desde 2005, vem surgindo tantos grandes jogadores. Assumimos para nós esta missão, e vamos continuar empenhados em levá-la adiante, para que o futuro do poker no Brasil seja ainda mais brilhante.

Para finalizar, gostaria de parabenizar o Poker Stars Brasil – Toth, Marcelo, Maridu e companhia –, ao pessoal da Costa Rica – Glenn, Rich e o restante da turma – e, sobretudo, aos jogadores brasileiros pelo LAPT: o torneio foi algo surreal, inimaginável para nosso país até pouco tempo atrás. Jogadores como Greg Raymer, Chris Moneymaker, Vanessa Russo, Isabelle Mercier e, principalmente, Humberto Brenes, ficaram de queixo caído com o nosso país, com o nosso povo, com o Rio de Janeiro.

Ah, e tem mais: Brenes ainda teve o privilégio de ir assistir a Flamengo e Botafogo no Maracanã, pela final do campeonato carioca de 2008, jogo em que a torcida rubro-negra deu um verdadeiro show e deixou o costa-riquenho com cara de criança quando ganha presente. Foi demais!

Abraço a todos, e vamos pintar Las Vegas de verde-e-amarelo!




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