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Estratégias para fases finais de torneios



24/04/2012
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Em fevereiro, a Raise Editora lançou um dos mais esperados livros de poker da atualidade, o Como Vencer Torneios – Uma Mão de Cada Vez (Vol. I).

Agora, na segunda edição do Papo Cabeça, vocês conferem uma prévia do volume dois da edição que será lançada, em breve, em português.

Jon “PearlJammer” Turner

MÃO 1
Cheguei à zona de premiação em um torneio com rebuys. Restam 25 jogadores e o primeiro lugar ganhará US$ 22.526. Aqueles que caírem entra a 19ª e 27ª colocação ganharão US$ 514. Desde quando restavam 40 jogadores, eu tenho liderado o torneio. Consegui uma imagem tight contra a maioria dos jogadores, assim pude aproveitar boas situações para roubar e acumular fichas à medida que a bolha se aproximava. Com um stack confortável, soltei o meu jogo um pouco mais do que o normal, e tenho estado mais do que disposto a entrar em uma disputa quando necessário. Conheço quatro dos meus sete oponentes na mesa – posições 1, 3, 6 e 7. Sei que todos esses jogadores são fortes e experientes em torneios e que estão buscando o primeiro lugar, sem medo de serem eliminados. A menos que eu veja o contrário, posso seguramente presumir que todos usarão táticas comuns de jogadores fortes de MTTs online, como não dar raise-fold com stacks de 20 big blinds ou menos e reconhecer situações lucrativas de resteal. Assim, acredito que não tenho equidade de fold quando eles derem raise com um stack inferior a 20 big blinds. Também evitarei abrir o pote (ser o primeiro a dar raise) em posição final com mãos que não estou disposto a pagar um all-in de 12 a 20 big blinds. A importância desses conceitos (chegando longe nos MTTs), quando a sua mesa está cheia de oponentes fortes, não pode ser superestimada.

Blinds de 800/1.600, ante de 200
Minha Mão: 8-7
Fichas no Pote: 4.000

Pré-Flop: Estou no big blind com suited connectors fortes. A ação roda em fold até a Posição 9, que dá raise mínimo de 3.200. As Posições 1, 2 e 3 dão fold. Com 7.200 agora no pote, tenho pot odds de 4,5-para-1 para ver o flop. O raise mínimo da Posição 9, com treze big blinds no seu stack, dispara alguns alarmes. Se eu soubesse que ele é um jogador forte, provavelmente largaria a minha mão, mesmo com pot odds tão boas. Eu presumiria que um jogador forte dando um raise tão convidativo, com um stack tão pequeno, estaria implorando por ação com uma mão superpremium. Da posição final, com 15 big blinds ou menos, eu pessoalmente abriria um pote empurrando all-in com qualquer mão que eu sinta que vá maximizar a minha equidade de fold, e não revelar a força da minha mão. No entanto, contra um oponente desconhecido, o raise mínimo poderia indicar que ele está hesitante em investir fichas demais pré-flop, ou poderia estar implorando por ação com um monstro. Embora eu não esteja buscando jogar potes fora de posição ou dar call em raises neste estágio, a minha suposição de que meu oponente seja um jogador fraco e as pot odds de 4,5-para-1 que ele me oferece, me convencem a ver o flop. Eu pago 1.600 e vejo um flop em heads-up.

FLOP: K-9-6
Fichas no Pote: 8.800

Acerto uma queda de duas pontas para straight. Com 8.800 no pote e meu oponente só tendo aproximadamente 18.000 fichas restantes, esta parece uma situação perfeita para colocar pressão sobre ele com a minha queda. Eu poderia tomar a iniciativa apostando mais ou menos a metade do pote, e pagar se ele empurrasse, ou apenas empurrar all-in, obrigando-o a tomar uma decisão agora mesmo e maximizando a minha equidade de fold. Muitos oponentes veriam uma donkey bet como uma queda óbvia, ou uma tentativa barata de roubar o pote. Afinal das contas, se tivesse uma mão forte, eu deixaria o meu oponente colocar mais fichas no pote antes de atacar, não deixaria? Note que se ele só tiver uma aposta do tamanho do pote restando, eu apostaria agressivamente para maximizar a minha equidade de fold – se eu desse check, ele provavelmente entraria de all-in ou pelo menos se comprometeria com uma continuation bet.

Sinto que o meu oponente fará uma continuation bet quase 100% das vezes nesta situação. Se eu puder dar check-raise, ganharei mais fichas quando ele der fold do que se eu simplesmente disparasse, e a minha mão parecerá mais forte para ele do que se eu tomasse a iniciativa no flop. Se ele empurrar all-in como continuation bet, eu darei fold, uma vez que, na minha cabeça, ele tem, pelo menos, um par de noves, deixando-me com oito outs e sem as odds necessárias para o call. No entanto, espero uma pequena aposta dele aqui na maioria das vezes, de um valor que, com sorte, não o comprometerá. Eu peço mesa, e o meu oponente aposta 3.600. Fico muito contente em ver que ele ainda não parece estar comprometido com o pote. Eu dou check-raise para 22.400, o suficiente para colocá-lo em all-in. Ele rapidamente dá fold.

Sobre o livro:
Título: Como Vencer Torneios de Poker , Uma Mão de Cada Vez – Volume II (Winning Poker Tournaments, One Hand at a Time - Volume II)

Autores: Eric Lynch, Jon Fleet e Jon Turner

Nº de páginas: 288

O LIVRO JÁ ESTÁ DISPONÍVEL PARA VENDA NO SITE DA RAISE EDITORA. GARANTA JÁ O SEU, CLIQUE AQUI.


Marcelo Souza

O editor da revista Card Player Brasil se considera um sujeito humilde e trabalhador, mas há controvérsias. Acredita ser um gênio dos fantasy games.


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